Ciência Intuitiva e Suprema Liberdade na Ética de Spinoza

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/03/2012

RESUMO

Esta dissertação propõe tratar fundamentalmente do problema da suprema liberdade ou da beatitude na Ética spinoziana, problema o qual tem a sua solução explicitada no terceiro capítulo. Tal solução é dada por meio da mediação do terceiro gênero de conhecimento ou ciência intuitiva e daquilo que dela se segue em última instância, mais precisamente: o amor intelectual da mente intuitiva para com os atributos pensamento e extensão de Deus. Mas, antes disso, a solução da questão da liberdade suprema ou da beatitude não é dada sem as exposições anteriores sobre: [a.] a consistência da ontologia spinoziana a partir da articulação entre os conceitos de substância, atributos e modos [infinitos imediatos, infinitos mediatos e finitos] capítulo 1 ; [b.] a força da razão contra a servidão capítulo 2 . Isso é necessário por dois importantes motivos: [1.] não é possível elucidar o problema da beatitude ou da liberdade suprema em Spinoza sem a pressuposição dos elementos conceituais [substância, atributos, modos] que estão envolvidos nas operações internas da ontologia spinoziana. De fato, não é cabível, para Spinoza, anunciar uma ética da liberdade suprema sem a explicitação antecipada daquilo que a envolve como um a priori: o mecanismo interno de um determinado sistema ontológico, o qual é mediado pelas noções de substância, atributos e modos. Esse é justamente o objeto principal do primeiro capítulo da dissertação; [2.] ademais, para elucidar a liberdade suprema na Ética spinoziana é também preciso anunciar o que a força da razão humana pode contra a servidão. Em Spinoza não é permitida [como o próprio itinerário da EIII à EV anuncia] a passagem definitiva à liberdade suprema ou à beatitude sem a mediação de um método racional que prescreva o seguinte ao homem: o combate frontal à imaginação humana e à servidão que dela se explicita. Esse é o objeto fundamental do segundo capítulo. Com efeito, a conquista da liberdade suprema [3 capítulo] só é exposta por meio de uma via indireta [capítulo 2], a qual demonstra como o homem deve lutar racionalmente contra a imaginação e a servitude em que geralmente se encontra mediante a exterioridade. É desse modo então que as exposições a respeito da ontologia spinoziana e da ordem de suas operações [capítulo 1] e da força da razão sobre a servidão [capítulo 2] são realmente imprescindíveis para a consequente resposta ao problema da liberdade suprema ou da beatitude [capítulo 3]. Para tanto, a metodologia que é empreendida neste trabalho é dada por meio da hermenêutica estrutural da obra Ethica ordine geometrico demonstrata [1677].

ASSUNTO(S)

salvação. suprema liberdade beatitude ciência intuitiva potência racional sistema spinoziano filosofia système spinozien puissance rationnelle science intuitive béatitude liberté supérieure salut.

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