Cidade e Jardinagem: ambivalência socioespacial, estigma e segregação na cidade do Belo Jardim

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2011

RESUMO

Este trabalho procura analisar a difícil trama de homens e mulheres contemporâneos enredados nas malhas da ambivalência social. As cidades são os lugares por excelência da materialização das tensões e dos conflitos gerados pela dificuldade da convivência com o diferente como alteridade. A despeito das singularidades geográficas, históricas, econômicas e culturais das cidades, visualiza-se com maior ou menor grau processos de segregação sócio-espacial entre indivíduos e grupos sociais, ampliados e ressignificados à luz da mistura de velhos temas e problemas estruturais com as emergências de novas sensibilidades, medos e estigmas trazidos pela modernidade capitalista na sua fase líquida e global. Busca-se, então, apreender a articulação entre processos globais e particularidades locais referentes a tensões e mal-estares causados pela mixofobia a pessoas de localidades consideradas incongruentes com determinado tipo de ordem e civilidade. A cidade de Belo Jardim, no agreste pernambucano, foi o palco de análise destas questões, isto é, interessou-me investigar como as elites da cidade em nome de uma dada concepção estética e social produzem representações e práticas de segregação e como isto se ramifica e atinge os interstícios de um bairro popular. Enfim, trata-se da análise das práticas de jardinagem urbana, de como a elite e grupos de estabelecidos produzem os refugados do Belo Jardim, ou seja, aqueles que são vistos e apreciados como suas ervas daninhas. Esta pesquisa está teórica e metodologicamente apoiada numa perspectiva histórica e sócio-antropológica.

ASSUNTO(S)

jardinagem ambivalência estigma cidade sociologia stigma city ambivalence gardening

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