Ciclofotocoagulação endoscópica em glaucomas refratários com longo tempo de seguimento
AUTOR(ES)
Lima, Francisco Eduardo, Beniz Neto, José, Toscano, Daniela, Carvalho, Durval Moraes de, Ávila, Marcos Pereira de
FONTE
Revista Brasileira de Oftalmologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-06
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a segurança e a eficácia da técnica de ciclofotocoagulação endoscópica (CFE) no tratamento de glaucomas refratários. MÉTODOS: As condições pré e pós-operatórias de 539 olhos de 539 pacientes portadores de glaucomas refratários que foram submetidos a CFE e com, no mínimo, 5 anos de seguimento foram retrospectivamente estudadas. Todas as cirurgias foram realizadas por um único cirurgião (FEL). Os olhos incluídos haviam sido submetidos a uma ou mais cirurgias anti-glaucomatosas incisionais e apresentavam pressão intraocular (PIO) igual ou superior a 35 mmHg com medicação máxima tolerada e acuidade visual melhor que percepção luminosa. Sucesso foi definido como PIO maior que 6 mmHg e inferior a 22 mmHg na última visita, com ou sem medicação anti-glaucomatosa tópica. CFE incluiu 210° dos processos ciliares; das 2 às 9 horas em olho direito e das 3 às 10 horas em olho esquerdo, incluindo o terço anterior da pars plana. RESULTADOS: O tempo de seguimento médio foi 88,9 + 10,3 meses (variando entre 60 e 108 meses). PIO média pré e pós-operatória foi 38,1 ± 6,5 mmHg e 12,1 ± 3,4 mmHg, respectivamente, com ou sem medicação antiglaucomatosa tópica (p<0,05). O número médio medicações anti-glaucomatosas foi reduzido de 3,9 + 1,2 no pré-operatório para 1,9 + 1,4 na última visita (p<0,05). A acuidade visual ficou estável ou melhorou em após a CFE em 407 olhos (95,3%) e 20 olhos (4,7%) perderam 2 ou mais linhas na tabela de Snellen. Os índices de sucesso aos 12 e 60 meses de pós-operatório foram 92,5% e 79%, respectivamente. A curva de sobrevivência de Kaplan-Meier mostrou probabilidade de sucesso de 71,5% aos 60 meses. Como complicações foram observados intensa reação inflamatória em 116 olhos (21,5%), hifema em 58 eyes (10,7%), descolamento de coróide em 31 olhos (5,7%), phthisis bulbi em 13 olhos (2,4%), descolamento de retina em 8 olhos (1,4%) e hipotonia em 7 eyes (1,2%). CONCLUSÃO: Estes resultados sugerem que CFE é uma técnica segura e eficaz para o tratamento de glaucomas refratários após longo tempo de seguimento.
ASSUNTO(S)
glaucoma coagulação por laser fotocoagulação acuidade visual pressão intra-ocular
Documentos Relacionados
- Implante de Schocket modificado em glaucomas refratários: resultados a longo prazo
- Ciclofotocoagulação com laser diodo em glaucoma refratário, resultado a longo prazo
- Condições oftalmológicas de pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida com longo tempo de seguimento
- Avaliação oftalmológica em pacientes submetidos a implante de drenagem em glaucomas refratários
- Trabeculectomia com mitomicina-C no tratamento de glaucomas refratários: avaliação dos resultados de 108 casos