Ciclo de vida, sucessão e processo de governança em uma empresa familiar: um estudo de caso no Grupo Seculus
AUTOR(ES)
Cançado, Vera L., Lima, Juvêncio Braga de, Muylder, Cristiana Fernandes de, Castanheira, Ricardo Brandão
FONTE
REAd. Rev. eletrôn. adm. (Porto Alegre)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-08
RESUMO
O modelo tridimensional de desenvolvimento, baseado em três eixos distintos e complementares -propriedade, família e gestão/empresa -, permite a análise e a compreensão do ciclo de vida da organização e do seu processo de sucessão. Os desafios e soluções desse processo convergem para um conjunto de ações, configurado sob a forma de governança. Este artigo tem como objetivo analisar o ciclo de vida e o processo de sucessão e de governança do Grupo Seculus. Trata-se de um grupo empresarial familiar mineiro que se encontra em sua primeira geração e em processo de transição para a segunda geração, sendo, portanto, uma unidade de análise relevante para a proposta estabelecida. Foi realizado um estudo de caso descritivo, de caráter qualitativo, sendo coletados dados secundários em documentos da empresa e da família; e dados primários, por meio de entrevistas semiestruturadas com pessoas-chave da família e/ou empresa. Participaram das entrevistas membros da família proprietária, familiares não acionistas empregados e não empregados da empresa e gestores não pertencentes à família. Utilizou-se a estratégia de construção da explanação para a análise dos dados. Os resultados indicam que a empresa encontra-se no estágio de sociedade entre irmãos, de trabalho em conjunto e de expansão/formalização. Identificou-se que a condução do processo sucessório ao longo do tempo ocorreu de forma contingencial e não planejada. Concluiu-se que a prática da governança representou um caminho para equacionar conflitos reais e potenciais vinculados à sucessão, sobretudo com respeito à profissionalização. Este estudo pode trazer uma contribuição para a academia, pois associa três temas essenciais à condução das empresas familiares: o desenvolvimento dos ciclos de vida, como ferramenta de gestão; a sucessão, requerendo planejamento e preparação prévios; e a governança, como possibilidade de tratamento dos conflitos inerentes ao processo. Constitui ainda um avanço na medida em que estabelece críticas ao modelo de Gersick et al. (1997), principalmente no que diz respeito à questão da profissionalização e de práticas de governança. Pôde-se concluir, portanto, que a condução da sucessão em empresas familiares envolve desafios relativos ao desenvolvimento de famílias, da empresa e da propriedade. Tais desafios são bem encaminhados quando passam pela criação de estruturas que permitem à família proprietária participar das soluções, equacionadas por práticas de governança.
ASSUNTO(S)
empresas familiares modelo tridimensional de desenvolvimento ciclo de vida sucessão governança
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