Ciclo biogeoquímico da ureia nos sistemas aquáticos das bacias hidrográficas do Pindaré e Turiaçu, várzea pré-Amazônica, Baixada Maranhense, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Limnol. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/09/2012

RESUMO

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é ampliar o conhecimento do ciclo da ureia em ecossistemas de água doce. A taxa de sua degradação em relação às atividades dos microorganismos foi medida nas águas turvas dos rios Pindaré e Turiaçu localizados na várzea pré-Amazônica, Baixada Maranhense, Brasil; MÉTODOS: Os sistemas aquáticos dos rios Pindaré e Turiaçu têm períodos diferentes de chuva e seca. A investigação foi realizada no meio do período chuvoso, e as atividades de campo foram feitas ao longo dos extensos corpos d'água compreendendo águas de médio a baixo cursos. A taxa de degradação nas águas superficiais nas respectivas estações de ambos os sistemas foi determinada com a técnica de simulação in situ usando 14C- ureia. As taxas fotossintéticas foram determinadas pela técnica de radio carbono simultaneamente com medidas experimentais de degradação; RESULTADOS: As taxas de degradação (somatório da incorporação de carbono na matéria particulada e liberação de CO2 na água) foram 2,0 mg de ureia C m-3 dia-1 nas águas do Pindaré e 17,1 mg ureia C m-3 dia-1 nas do Turiaçu. Os valores no claro foram naturalmente maiores que os obtidos no escuro, e as taxas de degradação no Turiaçu foram muito mais elevadas que as do Pindaré. A maior parte da degradação ocorreu durante a fase de liberação de CO2. As taxas de degradação específica de ureia da clorofila a foram calculadas com valor médio de 0,13 e 0,83 mg ureia C mg chl.a-1 dia-1 nas águas de ambos os rios. As taxas de degradação de ureia carbono para a assimilação fotossintética de carbono em ambas as águas foram em média 1,2 e 4,2%, respectivamente. O tempo de residência desse composto orgânico na superfície da água foi entre 2,3 a 4,5 dias no Pindaré e 0,21 a 0,50 dias no Turiaçu. Tempos de residência muito mais curtos foram achados nas águas do Turiaçu devido à elevada taxa de degradação; CONCLUSÃO: O coeficiente de correlação entre a taxa de degradação da ureia e a clorofila a ou a taxa fotossintética foi calculada como um valor estatisticamente significativo nas águas do Turiaçu. Isto indica que no sistema Turiaçu a taxa de degradação desse nutriente foi proporcional à quantidade de fitoplâncton e sua taxa fotossintética. Foi observada uma sólida relação entre a taxa de incorporação de ureia carbono e a taxa de fotossíntese nas garrafas no claro, indicando que a incorporação de carbono no fitoplâncton está relacionada com a taxa fotossintética. O breve tempo de residência indica que a ureia estava sendo rapidamente reciclada na zona eufótica dos sistemas investigados no período chuvoso.

ASSUNTO(S)

degradação da ureia fitoplâncton várzea pré-amazônica

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