Chromosome studies on Brazilian cerrado plants

AUTOR(ES)
FONTE

Genetics and Molecular Biology

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-12

RESUMO

Cerrado é a palavra que, no Brasil, designa a savana neotropical, com área nuclear no Planalto Central, constituída de uma flora herbáceo-subarbustiva e outra arbustivo-arbórea, ambas heliófilas, altamente diversificadas e regionalmente diferenciadas. Considerando a distribuição de espécies e de números cromossômicos, alguns autores propuseram que a flora herbáceo-subarbustiva da savanna neotropical seria bastante antiga, enquanto a flora arbustivo-arbórea seria derivada das florestas Atlântica e Amazônica, uma hipótese que implica na ocorrência de números cromossômicos mais altos no cerrado que nas florestas. Porém, se os números cromossômicos forem similares no cerrado e nas florestas, ambos os tipos de formação poderiam ser similarmente antigos, indicando que um fluxo florístico bidirecional entre o cerrado e as florestas teria ocorrido no passado. Este trabalho apresenta dados sobre números cromossômicos e microsporogênese de 20 espécies em 13 famílias, coletadas nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais, trazendo informações inéditas para Myrcia (Myrtaceae), Luxemburgia (Ochnaceae) e Hortia (Rutaceae). A meiose mostrou-se normal, indicando regularidade no processo reprodutivo sexual. Os números cromossômicos variaram de 2n = 18 (Allamanda angustifolia: Apocynaceae) a 2n = ca. 104 (Ouratea spectabilis: Ochnaceae), sendo baixos (20 < 2n < 30) na maioria das espécies. Como números cromossômicos similares têm sido encontrados também em espécies florestais, torna-se impossível, no momento, corroborar a hipótese de que espécies arbustivo-arbóreas do cerrado sejam derivadas de espécies das florestas limítrofes. Sugerimos que tenha havido uma troca bidirecional de elementos entre o cerrado e as florestas durante o tempo evolutivo.

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