Chenopodium ambrosioides L. Erva de Santa Maria (amaranthaceae): estudo do potencial anti-inflamatório, antinociceptivo e cicatrizante / Chenopodium ambrosioides L. ERVA DE SANTA MARIA (AMARANTHACEAE): STUDY OF ITS ANTI-INFLAMMATORY, ANTINOCICEPTIVE AND HEALING POTENTIAL

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/12/2011

RESUMO

Chenopodium ambrosioides é uma planta medicinal conhecida popularmente como Erva de Santa Maria, sendo uma das 71 espécies escolhidas pelo RENISUS (Relação Nacional de Plantas de interesse do SUS/ Sistema de Saúde Nacional Brasileiro) com prioridade para estudos farmacológicos. São atribuídas pela população várias propriedades terapêuticas, sendo a mesma utilizada como agente anti-inflamatório, antifúngico, antitumoral, anti-helmíntico, cicatrizante, analgésico, antirreumático e antiulceroso. Há estudos científicos que comprovam algumas de suas propriedades como a ação anti-helmíntica, antitumoral e antifúngica. Entretanto, os estudos sobre sua atividade analgésica, cicatrizante e anti-inflamatória se mostraram bastante preliminares. O presente trabalho avaliou as atividades anti-inflamatória, antinociceptiva e cicatrizante do extrato etanólico das folhas e caules de C. ambrosioides através de modelos farmacológicos em camundongos e ratos. Para tanto, foram utilizados modelos farmacológicos de inflamação como os edemas de orelha e de pata e pleurisia, induzidos por diferentes agentes flogísticos. Em animais com pleurisia induzida por carragenina (Cg) foi avaliado o efeito do extrato sobre a atividade da mieloperoxidase (MPO), enzima deaminase (ADA), níveis de óxido nítrico e fator de necrose tumoral- (TNF-). Foi verificado o efeito antinociceptivo da planta através da analgesia induzida por formalina, PGE2, capsaicina e bradicinina. O efeito cicatrizante do extrato foi verificado através do modelo de cicatrização cutânea. Adicionalmente procurando observar a ocorrência de efeitos adversos do extrato, foram realizados ensaios farmacológicos e/ou toxicológicos complementares, como o modelo de rota-rod, averiguação da temperatura retal e o ensaio de citotoxidade pelo MTT. Para realização do modelo de edema de orelha os animais receberam tratamento tópico com extrato incorporado em um creme não iônico (1,3 e 5%). O edema foi induzido com óleo de cróton (1 μg/orelha), capsaicina (CAP, 250 μg/orelha) e ácido araquidônico (AA, 2mg/orelha). A resposta edematogênica foi avaliada utilizando-se micrômetro, através da diferença obtida entre a medida basal e a medida após a administração dos agentes irritantes em diferentes intervalos de tempo. No modelo de edema de pata, o extrato de C. ambrosioides (150, 300 e 500mg/kg) foi administrado por via oral uma hora antes da injeção intraplantar de Cg 300 μg/pata), substância P (SP 20 nmol/pata), bradicina (BK 3 nmol/pata) e prostaglandina E2 (PGE2 3 nmol/pata). O edema foi medido com auxílio de pletismômetro em vários intervalos de tempo após a injeção dos agentes irritantes. A pleurisia foi induzida por Cg (1%), sendo avaliados os efeitos do extrato sobre a migração leucocitária. No modelo de cicatrização cutânea, o processo de cicatrização foi avaliado através das medidas (diárias) da área da lesão, por 19 dias consecutivos. Os resultados demonstraram que a administração do extrato de C. ambrosioides (em todas as concentrações) foi capaz de inibir significativamente os edemas provocados pelos agentes flogísticos testados nos modelos de inflamação acima citados. No modelo de pleurisia, observou-se inibição da migração de neutrófilos e monócitos para o sitio inflamatório após a administração do extrato. Além disso, o extrato foi capaz de reduzir a atividade da MPO e da ADA, e inibiu os níveis de NO e TNF-α. No modelo de formalina o extrato reduziu a algesia nas duas fases (neurogênica e inflamatória) do processo doloroso, além de inibir a dor induzida por PGE2, CAP e BK. Somente a pomada com extrato da planta incorporado 5% produziu efeito significativo no modelo de cicatrização. Finalmente, o extrato não alterou a performance motora e a temperatura corporal dos animais após o tratamento. Também não foram observados efeitos citotóxicos do extrato no teste preliminar de MTT. Estes resultados corroboram com outros já descritos na literatura sobre o efeito antinociceptivo, anti-inflamatório e cicatrizante da planta e contribuem parcialmente para o uso da mesma

ASSUNTO(S)

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