Chemical investigation of active plants against social insects / Estudo químico de plantas com atividades sobre insetos sociais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O controle químico de pragas, feito com utilização de inseticidas convencionais, é o que apresentam as maiores vantagens ao agricultor devido à sua eficiência, baixo custo e facilidade de uso em relação aos demais. Todavia, a contínua utilização do controle químico com agrotóxicos não seletivos, sem a rotação de culturas, pode causar desequilíbrios mediante a eliminação de insetos benéficos, explosões populacionais de pragas, e principalmente, a perda de eficácia de inseticidas mediante a seleção natural de linhagens de insetos resistentes a estes compostos químicos. Acrescentem-se ainda aspectos negativos relativos à contaminação do meio ambiente (solo, água, atmosfera e seres vivos) e danos acidentais ocasionados pela má utilização de agrotóxicos. A pesquisa por busca de substâncias com atividade inseticida por meio de plantas visa o controle de insetos e baixo impacto ambiental. Partindo de informações de agricultores sobre a utilização de plantas para o controle de saúvas, observações de campo e de dados quimiossistemáticos da literatura, o Grupo de Produtos Naturais do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos e do Centro de Estudo de Insetos Sociais da UNESP de Rio Claro vem estudando os efeitos de plantas potencialmente tóxicas para essas formigas. O mau de outono, como é conhecido pelos apicultores, que consiste na morte de abelhas melíferas no outono e que é causado por compostos tóxicos que são levados ao ninho das abelhas juntamente com o néctar das plantas, tem sido também estudado por este grupo. Este trabalho descreve o estudo químico de Dimorphandra mollis, Stryphnodendron adstringens e Helietta puberula associadas as suas ações em formigas cortadeiras e abelhas. O estudo de toxicidade biológica em peixes modelo para esta atividade visou avaliar o impacto que algumas substâncias com atividade inseticida pudessem causar ao meio ambiente. O estudo fitoquímico, além da busca de metabólitos secundários para avaliação da atividade inseticida, visou contribuir com a quimiosistemática das espécies vegetais. As técnicas cromatográficas usadas foram desde técnicas clássicas, até técnicas ifenadas como GC-MS e LC-UV-MS visando à obtenção dos constituintes químicos bem como ajuda na identificação, juntamente com os experimentos espectroscópicos de RMN. Do fracionamento dos extratos foram obtidas substâncias de classes diversas como álcoois (S17) e ésteres graxos (S18 S43, S52 S62, S89 S95), hidrocarbonetos (S4 S16), derivados de ácido cinâmico (S47, S48, S50, S51, S63 e S64), açúcares (S65 S67), esteróides (S44 - S46, S96 - S99), triterpeno (S100), flavonóides (S1 S3, S68 S88, S100 S105) e alcalóide (S49). Os extratos obtidos das espécies vegetais apresentaram atividades inseticidas frente à pelo menos um dos modelos testados. Os flavonóides astilbina, isoastilbina e catequina, obtidos de D. mollis, foram ensaiados em peixes modelo e não apresentou atividade tóxica, sendo assim, promissores para uso em plantações próximas a ambientes aquático, visto que, provavelmente, não causará danos a estes ecossistemas. Uma vez isolados e identificados os compostos com atividade inseticida de plantas com potencial para utilização na produção de inseticida natural, espera-se uma redução do impacto ambiental nos ecossistemas causados por inseticidas sintéticos. Ressalta-se assim, que o desenvolvimento de ações de pesquisa no sentido da prospecção e avaliação de plantas com atividade inseticida é de grande importância econômica, assim como para a conservação ambiental dos agro-ecossistemas onde as frações ativas destas plantas poderão ser utilizadas como inseticidas naturais no manejo integrado de pragas.

ASSUNTO(S)

produtos naturais formiga inseticidas vegetais abelha quimica

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