Changes in lead and mercury atmospheric deposition due to industrial emissions in Southeastern Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

Journal of the Brazilian Chemical Society

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-12

RESUMO

Este estudo apresenta uma primeira estimativa de emissões de Pb e Hg para a Região Sudeste do Brasil, a região mais industrializada da América do Sul, durante o século XX, baseada na análise de perfis de sedimentos datados, coletados em lago ombrotrófico da Serra do Itatiaia, na região do vale do Rio Paraíba do Sul, Estado do Rio de Janeiro. As concentrações médias de Pb ao longo dos perfis variaram de 40 a 180 µg g-1, enquanto que para Hg as concentrações variaram de 30 a 420 ng g-1. As concentrações de Hg se correlacionaram significativamente com as de Pb até os anos 80. A taxa de acumulação de Pb no período pré-industrial foi de cerca de 8,0 ± 2,0 mg m-2 ano-1, com um máximo observado na superfície dos perfis variando de 40 a 80 mg m-2 ano-1. Por outro lado, a taxa de acumulação de Hg foi de 36 ± 4 µg m-2 ano-1, entre 1910 e 1940, apresentando um máximo nos anos 60 de cerca de 120 µg m-2 ano-1, e decrescendo novamente após os anos 70 para 20 µg m-2 ano-1. O padrão de distribuição temporal da acumulação de Hg é similar aqueles relatados para diferentes regiões do hemisfério norte. Entretanto, as taxas de acumulação pré-industrial de Pb e Hg são de 3 a 6 vezes maiores que os valores relatados para o período pré-industrial no hemisfério norte. Emissões originadas na industrialização mais antiga no hemisfério norte podem ter influenciado a magnitude da acumulação pré-industrial na região em estudo, que se iniciou pelo menos 100 anos depois. No caso do Hg, a mineração de ouro e prata nos três séculos anteriores, pode também ter influenciado as taxas de acumulação pré-industrial estimadas neste estudo.

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