Cetamina como adjuvante de bupivacaína em bloqueio do nervo infraorbitário para analgesia após correção de lábio leporino

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-06

RESUMO

Resumo Objetivos: Realizamos este estudo para avaliar a segurança e eficácia da analgesia com a adição de cetamina à bupivacaína em bloqueio do nervo infraorbitário, bilateral e extraoral, em crianças submetidas à cirurgia de lábio leporino. Métodos: Foram randomicamente alocados 60 pacientes em dois grupos (n = 30): o Grupo B recebeu bloqueio do nervo infraorbitário com bupivacaína a 0,25% (2 mL) e o Grupo BC recebeu bloqueio com cetamina (0,5 mg.kg-1) em cada lado, mais a adição de 1 mL de solução de bupivacaína a 0,5% diluída até 2 mL da concentração a 0,25%. Os parâmetros de avaliação incluíram: hemodinâmica, tempo de recuperação, tempo até a primeira ingestão oral, escores da escala FLACC (que avalia a expressão facial [Face], os movimentos das pernas [Legs], a atividade [Activity], o choro [Cry] e a consolabilidade [Consolability]), escores de agitação em escala de quatro pontos, consumo de analgésicos e efeitos adversos no pós-operatório. Resultados: Os pacientes do Grupo BC apresentaram escores FLACC mais baixos em todos os momentos mensurados no pós-operatório (p < 0,0001). Dois pacientes do Grupo BC versus 12 do Grupo B solicitaram analgesia de resgate no pós-operatório (p < 0,001). Não houve diferenças entre os grupos em relação ao tempo até a primeira solicitação de analgesia de resgate. Os pacientes do Grupo BC relataram consumo menor de analgésicos (366,67 ± 45,67 vs. 240,0 ± 0,0 mg, p < 0,04). O tempo em minutos (min) até a primeira ingestão oral foi significativamente reduzido no Grupo BC (87,67 ± 15,41 vs. 27,33 ± 8,68 min, p < 0,001). Escores mais baixos de agitação no pós-operatório foram registrados para os pacientes do Grupo BC, com significância estatística no tempo de 45 min (0,86 ± 0,11 vs. 0,46 ± 0,16; p < 0,04) e na primeira hora de pós-operatório (1,40 ± 0,17 vs. 0,67 ± 0,14; p < 0,003). Índices mais altos de satisfação dos pais foram registrados no Grupo BC (p < 0,04), sem efeitos adversos significativos. Conclusões: A adição de cetamina à bupivacaína acentuou a eficácia analgésica do bloqueio do nervo infraorbitário em crianças submetidas à cirurgia de correção de lábio leporino.

ASSUNTO(S)

dor pós-operatória lábio leporino analgesia local nervo infraorbitário bupivacaína cetamina

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