Censo de deficiências e incapacidades físicas por hanseníase e monitoramento pela escala salsa do plano de autocuidado para prevenção de incapacidades de pacientes atendidos em um centro de referencia nacional do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/01/2012

RESUMO

Para uma doença crônica e incapacitante como a hanseníase é necessário monitorar o paciente e as ações propostas para prevenção de incapacidades. Este estudo objetivou realizar um censo das deficiências e/ou incapacidades por hanseníase em pacientes atendidos em um Centro Nacional de Referência e avaliar a eficiência do plano de autocuidado orientado para prevenção de incapacidades instituída por fisioterapeuta/terapeuta ocupacional. Para o censo de deficiências e/ou incapacidades realizou-se estudo retrospectivo de 506 prontuários de pacientes com hanseníase no período de 2001 a 2010, analisando-se as variáveis: sexo, faixa etária, ocupação, forma clínica, classificação operacional, grau de incapacidade, tipo de deficiência por sítio corporal e nervos acometidos. No estudo prospectivo, foi aplicado o questionário para a triagem de limitação de atividade (LA) e consciência de risco (CR) (SALSA), além da Escala de Participação Social (EPS) e Escore Olhos, Mãos e Pés (EHF) em 63 pacientes para prescrição inicial das orientações e/ou intervenções e monitoramento após 3 meses. De acordo com o censo, houve maior prevalência de homens, multibacilares, forma clínica dimorfa-tuberculóide. Mais de 50% tinham pelo menos uma deficiência, a despeito de 15% apresentarem grau de incapacidade 2 (GI=2). Os sítios mais afetados foram os pés (51,8%, 262/506) e mãos (30,4%, 154/506) e as deficiências foram anestesia e/ou hipoestesia seguidas de úlceras. A média de nervos acometidos em pacientes MB foi 3,6 nervos por paciente e em PB 2,7. Os nervos mais afetados foram ulnar e tibial posterior. Nos 63 pacientes monitorados, a média do escore da EP foi 9,1 (0 a 90), da LA foi de 37,2 (10 a 80), da CR foi 1,6 (0 a 11) e do EHF de 1,9 (0 a 12). Após orientações e intervenções ocorreu redução da média do escore LA (31) e EHF (1,5) e aumento da CR (3). Com o censo foi demonstrado à prevalência de deficiências e/ou incapacidades por tipo e sítio corporal acometido permitindo mensurar a real magnitude das deficiências funcionais e/ou estéticas por hanseníase e estimar a transcendência da doença. Deficiências estigmatizantes e incapacitantes que não são classificadas na tabela do grau de incapacidades devem ser incluídas, bem como o nariz, como sítio de deficiências que mantém o estigma da doença, para que se possa planejar uma atenção específica à hanseníase visando à reintegração social e combate ao estigma. A SALSA permitiu traçar um plano de autocuidado orientado e intervenções externas, tais como prescrição de órteses e adaptações que auxiliaram o paciente a executar tarefas de vida diária. A inserção desses instrumentos na rotina dos serviços de saúde permitirá padronizar as medidas de limitação de atividades associados à avaliação do grau de incapacidade visando definir protocolos de conduta, possibilitando a triagem e o encaminhamento dos pacientes a setores específicos nas unidades de saúde, dentro da rede de atenção à condição crônica que é a hanseníase. Dessa forma, espera-se promover uma reabilitação do paciente objetivando melhores condições de saúde para essa população específica.

ASSUNTO(S)

hanseníase deficiências escala salsa fisioterapia reabilitação ciencias da saude ciências médicas terapia ocupacional incapacidades leprosy salsa scale physiotherapy and occupational therapy impairments and disabilities rehabilitation

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