Celulas esplenicas secretoras de imunoglobulinas e anticorpos sericos em camundongos Swiss livres de patogenos especificos inoculados com Yersinia enterocolitica O:3 ou derivados

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1995

RESUMO

A infecção por Yersinia enterocolitica O:3 é uma dentre várias patologias humanas causadas por bactérias gram-negativas, que pode resultar em um quadro de doenças autoimunes, entre elas a artrite reativa. A ativação policIonal de células B tem sido um dos mecanismos propostos que levaria a um aumento de produção de imunoglobulinas autoreativas e por conseguinte estaria associada à indução de uma doença auto-imune. Esta ativação de linfócitos B associada à infecção pela Yersinia enterocolitica O:3, foi pela primeira vez demonstrada em estudos realizados por MEDEIROS, em 1994, a partir de um modelo experimental desenvolvido em camundongos SWISS convencionais. Neste presente trabalho utilizando camundongos Swiss originariamente livres de patógenos específicos (SPF) foi quantificada células esplênicas secretoras de imunoglobulinas (Igs totais e isotipos) após infecção com a Yersinia enterocolitica O:3 e estimulações com seus derivados: Extrato bruto, "Released Proteins (RP) e Lipopolissacárides, através da técnica de PFC-Reverso-Proteína A, foi utilizado animais normais como grupo controle. Nos soros desses mesmos animais foram detectados níveis de anticorpos (IgG, IgMe IgA) anti-Yersinia.e pesquisados auto-anticorpos frente a um painel de constituíntes autólogos, representados por: miosina , mielina, actina, colágeno, tireoglobulina, laminina e cardiolipina através da técnica de ELISA. Os resultados demonstraram uma elevação no número de células esplênicas secretoras de anticorpos em todas as determinações realizadas (PFC-Ig totais e PFC-isotipos) com animais infectados com Yersinia enterocolitica O:3 ou inoculados com os seus derivados a partir do terceiro dia de inoculação.Estes dados representam uma redução quantitativa do número total de PFC em cerca de 12 vezes em relação àquela observada nos animais convencionais. Anticorpos IgG e IgM específicos anti-Yersinia foram detectados em níveis elevados nos soros dos animais infectados ou estimulados com os diferentes derivados, porém não foram detectados níveis significativos de IgA. Na pesquisa de auto-anticorpos realizada nos soros de animais infectados pela Yersinia foi demonstrada reatividade apenas com a miosina, enquanto que os soros dos animais estimulados com LPS foram reativos com mielina, actina e laminina e os inoculados com RP reagiram com mielina, tiroglobulina e cardiolipina. Em conclusão os camundongos Swiss de origem SPF infectados com Yersinia enterocolitica O:3 ou estimulados com os seus derivados. apresentaram uma ativação policlonal do repertório de linfócitos B. À semelhança do que ocorre com camundongos Swiss convencionais o resultado de tal ativação policlonal é provavelmente não apenas da estimulação de LPS mas de outros componentes envolvidos na infecção. A diferença no perfil de um animal convencional e um de origem SPF reflete a influência do microambiente do hospedeiro na resposta imune. Embora não tenha sido observado sinais de artrite nos animais submetidos às diferentes estimulações, a detecção de anticorpos nos seus soros para constituíntes autólogos é sugestiva para uma possível associação entre o fenômeno de ativação policlonal e a regulação do sistema imunológico

ASSUNTO(S)

rato como animal de laboratorio yersinia enterocolitica imunoglobulinas celulas b

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