Causas das uveítes em serviço terciário em São Paulo, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Oftalmologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-02

RESUMO

OBJETIVO: Analisar as causas das uveítes em pacientes atendidos no Serviço de Uveítes do HC-FMUSP no período de fevereiro a agosto de 2002. MÉTODOS: Realizou-se estudo retrospectivo baseado em prontuários de 262 pacientes que compareceram no serviço no período acima. Os seguintes dados foram analisados: idade, sexo, diagnósticos anatômico e etiológico, atividade da doença e complicações oculares. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 41 anos, sendo 60% do sexo feminino e 40% do masculino. O diagnóstico anatômico distribuiu-se em anterior (20%), intermediário (4,5%), posterior (39,7%) e difuso (31,3%). A etiologia foi determinada em 79,4% dos casos, sendo os diagnósticos mais freqüentes toxoplasmose (22%), síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (13%) e doença de Behçet (10%). Causas infecciosas foram observadas em 79% das uveítes posteriores, ao passo que causas não infecciosas em 61% das uveítes anteriores e 73% das difusas. Foram observados alguns diagnósticos raros, tais como uveíte associada ao HTLV-I/II, síndrome do anticorpo antifosfolípide e retinopatia auto-imune. Quanto à atividade de doença ocular, a doença estava ativa em 15% dos pacientes e inativa em 85%. As complicações mais comuns foram catarata (42%) e glaucoma (13%). CONCLUSÕES: Estudos epidemiológicos podem refletir diferentes padrões de etiologia das uveítes; no entanto eles podem mostrar características particulares de cada centro (terciário, critério de diagnóstico, interesses específicos). O presente estudo demonstra a importância das uveítes endógenas (síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada e doença de Behçet), assim como das uveítes infecciosas (toxoplasmose e toxocaríase) em nosso meio.

ASSUNTO(S)

uveíte uveíte estudo retrospectivo serviços de saúde comunitária

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