Catatonia secundária a lúpus eritematoso sistêmico

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-07

RESUMO

Objetivos Discutir aspectos neuropsiquiátricos e o diagnóstico diferencial da síndrome catatônica secundária a lúpus eritematoso sistêmico (LES) em paciente pediátrico. Métodos Relato de caso individual. Resultado Adolescente do sexo masculino com 13 anos de idade iniciou, após dois meses de diagnosticado com LES, quadro psicótico (alterações comportamentais, alucinações e delírios) que evoluiu para franca catatonia. Durante internação hospitalar foram realizados, entre outros, exames de neuroimagem, bioquímicos e sorologias para diagnóstico diferencial com encefalopatia metabólica, tumores neurológicos e neuroinfecções. Foi avaliada também a possibilidade de síndrome neuroléptica maligna, psicose e catatonia induzida por corticoides. Houve reversão completa da catatonia após o uso de benzodiazepínico em altas doses associado à terapia imunossupressora para o lúpus, o que fala a favor de uma catatonia secundária a uma encefalite autoimune de base lúpica. Conclusão Apesar de a catatonia ser raramente apresentação clínica inicial do LES, o atraso no reconhecimento da síndrome pode ser arriscado, tendo impacto negativo no prognóstico. Os benzodiazepínicos têm papel importante na resolução da catatonia, principalmente quando associada ao tratamento específico em paralelo para a causa orgânica de base. O uso de neurolépticos deve ser evitado durante a vigência da síndrome catatônica, podendo agravar o quadro clínico.

ASSUNTO(S)

catatonia lúpus eritematoso sistêmico benzodiazepínicos diagnóstico diferencial

Documentos Relacionados