Catálogos de editoras de literatura infanto-juvenil :: uma leitura

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/08/2011

RESUMO

Esta pesquisa insere-se na linha de Educação e Linguagem, no eixo da Literatura e Formação do Leitor, e teve como objetivo realizar uma leitura dos catálogos de editoras dedicadas ao público infanto-juvenil, percebendo-os como mediadores importantes das obras literárias que circulam na escola. A relevância deste estudo reside no fato de serem os catálogos um documento cada vez mais decisivo no momento da escolha das obras indicadas como leitura para os estudantes. Para a análise em questão, selecionamos como corpus, dentre um universo de 240 impressos, oito catálogos de editoras. De um modo geral, as empresas selecionadas dedicam-se exclusivamente à Literatura infanto-juvenil, não participam do mercado de didáticos e tiveram obras selecionadas para o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) do ano de 2010. Nesta pesquisa algumas facetas foram analisadas: para quem são pensados os catálogos? A quem eles se destinam? O foco dessa ou daquela editora é meramente comercial ou há intenção de divulgar a literatura prazerosa, da fantasia, do inusitado? De quais elementos visuais ou textuais os catálogos fazem uso para chamar a atenção do leitor? Para essas análises foram utilizados como referenciais teóricos a Análise Documental, que trata o catálogo como fonte primária de investigação; a Análise de Discurso de linha francesa, que busca compreender a língua fazendo sentido e os estudos sobre as práticas de leitura, principalmente, os de Roger Chartier, que, por sua vez, nos ajudam a observar as marcas dos textos que conduzem nossas leituras. Foi constatado que a circulação dos catálogos nos espaços escolares cresceu com o fortalecimento da relação mercado e Estado. A análise também revelou que a categorização por faixas etárias é uma das marcas mais fortes de escolarização do impresso, que há uma tendência das editoras em enxergar os mediadores de leitura como destituídos de competência para realizar escolhas literárias mais autônomas e, por fim, constatamos que a indicação das premiações recebidas pelas obras é uma das maiores armas da indústria editorial para atrair o seu cliente. Este estudo, portanto, pretendeu ampliar as reflexões a respeito da leitura literária na escola por meio dos catálogos editoriais.

ASSUNTO(S)

educação teses linguagem e educação teses literatura infanto-juvenil estudo e ensino teses leitura leitores

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