Cartografias mito-poéticas do imaginário nelidiano: das visões do mundo arcaico ao contemporâneo no romance fundador / Cartografias mito-poéticas do imaginário nelidiano: das visões do mundo arcaico ao contemporâneo no romance fundador

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/12/2010

RESUMO

Esta tese trata de como se desenvolve na obra da escritora contemporânea Nélida Piñon uma espécie de pensamento cartográfico, presente desde o seu primeiro romance, Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961. Para interpretarmos o universo literário nelidiano, formulamos o nosso trabalho estabelecendo um confronto com o texto do mito iluminado pelas reflexões de Eliade (2007; 2007b; 2008) e Meletínski (2002); e com o discurso filosófico pósestruturalista, representado principalmente pelas contribuições de Deleuze e Guattari (1995; 1996; 1997) a respeito de uma geografia do nomadismo; e de Foucault (1996; 2006) sobre a ordem do discurso, o nascimento da literatura e o ser da linguagem. Examinadas pela leitura crítica e comparativista desta pesquisa, as cartografias mito-poéticas de Piñon são apresentadas ao leitor associando-se a uma geografia dos sentimentos e ao que Maffesoli (2001) denomina desejo de errância e da perdição, particularmente nas obras Tebas do Meu Coração, A República dos Sonhos, O Presumível Coração da América e Fundador. Esse último romance, publicado em 1969, portanto anterior aos outros textos mencionados, servirá como corpus principal de nossa análise, que objetiva demonstrar como a narrativa de Piñon se relaciona a uma linhagem literária estruturada a partir das ações de um determinado tipo de personagem conhecido como inaugurador de cidades ou herói civilizador e cultural. Na reedição desse arquétipo de personagem, a autora instaura o elemento da sedução, num jogo que se estabelece entre os sujeitos masculino e feminino e que traz à tona questões relacionadas ao erotismo, à transgressão e ao sagrado, abordadas em nosso discurso pelas considerações de Baudrillard (2008) e Bataille (1987). Para explicitarmos a constituição desses pontos, realizaremos uma viagem das visões do mundo arcaico ao contemporâneo pelas páginas de Fundador, apontando de que maneira a escritora brasileira retoma as imagens do mito cosmogônico, do mito do eterno retorno e do paraíso terreal, que se inscrevem como fundamento do seu texto literário

ASSUNTO(S)

mito-poética cartografia nomadismo narrativa cosmogonia erotismo linguistica mito-poética cartografía nomadismo narrativa cosmogonía erotismo

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