Cartografias midiáticas: o corpomídia na construção da memória da dança
AUTOR(ES)
Andréia Vieira Abdelnur Camargo
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
17/10/2012
RESUMO
Esta tese versa sobre o papel do jornalismo cultural na reativação do grupo paulista de dança Pró-Posição. A partir das tensões entre duas mídias principais, jornalismo cultural e corpo (aqui proposto como mediador e agente da cultura), ambas entendidas como corposmídia em relação (KATZ &GREINER, 2001, 2003, 2004, 2005), defendemos a hipótese de que a memória da dança é uma cartografia de mapas midiáticos capazes de gerar continuidade entre passado e presente, fora da leitura causal e linear de uma historiografia positivista. O Grupo Pró-Posição surgiu em 1973, atuou até 1983, realizou algumas aparições pontuais na década de 1990 e, em 2008, foi relançado. Este relançamento poderia ser lido por um discurso de recuperação, mas a hipótese complementar aqui proposta é a de que deva ser lido por um discurso de continuidade (LOTMAN, 1996). Desde seu projeto de reativação, que se iniciou em 2007, suas obras vêm realizando uma comunicação apoiada na figura do cisne, a mais midiática das imagens associadas à dança, transformado em uma memória espectral pela sua difusão no jornalismo cultural e na publicidade nas mais distintas mídias. O processo de comunicação que se estabelece a partir da conjugação dessas mídias é aqui trabalhado a partir da noção de carta (mapa) de navegação (HUTCHINS, 1996), em que cultura, corpo e cognição são dados como mediadores conectados entre si. Nesse viés, reforça-se a hipótese de que a memória é uma cartografia, ou seja, a junção de vários mapas que se comunicam na grande esfera da cultura. O corpus desta pesquisa foi organizado através de três dossiês: o primeiro reuniu o que foi publicado sobre o Grupo Pró-Posição no jornalismo cultural (regional e nacional); o segundo compilou os outros materiais existentes sobre o grupo em diversas formas midiáticas, propondo uma reflexão sobre os modos de registro e sua visibilidade nas mídias; e o terceiro reuniu publicações e outros registros que discutem e apresentam a construção da metáfora do cisne no ambiente da dança. No quadro teórico da pesquisa, a Teoria Corpomídia (KATZ e GREINER) media o diálogo entre os estudos sobre jornalismo cultural (PIZA, 2003; COELHO, 2006), os que investigam as tensões entre mídias e cultura (PRADO, 2006; HUTCHINS, 1996; LOTMAN, 1996) e aqueles que conflitam as relações entre historiografia e memória (HARTOG, 2011; TAYLOR, 2003)
ASSUNTO(S)
corpomídia comunicacao comunicação memória jornalismo cultural grupo pró-posição cisne communication memory cultural journalism bodymedia swan
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