Cartografias da cultura e da violÃncia: gangues, galeras e o Movimento Hip Hop / Cartografies of Culture and Violence: Gangs, Grouping and the Hip-Hop Movement

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/04/1998

RESUMO

Esta tese trata de um estudo acerca das relaÃÃes entre cultura e violÃncia no campo das experiÃncias juvenis de bairros de periferia de Fortaleza. Deve-se ressaltar que nÃo se investigou a violÃncia enquanto acontecimento, enquanto observaÃÃo direta de uma dinÃmica concreta de prÃticas e relaÃÃes sociais. O eixo central dessa investigaÃÃo colocou-se no desafio de identificar o imaginÃrio das gangues acerca da violÃncia e suas construÃÃes culturais. As primeiras incursÃes no Ãmbito de investigaÃÃo de dinÃmicas juvenis no campo especÃfico da violÃncia, se projetaram sob o objetivo de identificar pistas, recorrÃncias capazes de compor, dentro do contexto cultural desses bairros, mapas de significado cultural. A questÃo central dessa observaÃÃo e da construÃÃo de um objeto de investigaÃÃo foi a de pensar o seguinte : o que os jovens de periferia, participantes de gangues e galeras consideram violÃncia? Como se articulam as tramas da violÃncia e, fundamentalmente, que significados elas assumem? o que querem expressar as gangues quando encenam um modo territorializado de violÃncia na cidade? Que referentes culturais dÃo suporte e produzem a experiÃncia das gangues ? A trajetÃria metodolÃgica desse estudo seguiu um roteiro etnogrÃfico, constituÃdo a partir de mapeamento prÃvio do campo e das conexÃes e encontros com gangues e galeras em mÃltiplos territÃrios da cidade. Essas mediaÃÃes locais quase sempre foram efetuadas por representantes de "possesâ do movimento hip hop organizado. No final da pesquisa, escolheu-se uma galera especÃfica (Galera da Quadra) como paisagem etnogrÃfica. Desse modo, à medida em que a pesquisa foi se desenvolvendo, lentamente foi tambÃm se delineando o escopo da investigaÃÃo. A gangue institui-se na dinÃmica dos encontros e atuaÃÃes do grupo; ela nÃo possui uma existÃncia autÃnoma. A gangue à acontecimento, ato tipicamente mÃgico de manifestaÃÃo, ela se traduz na aÃÃo, ela nomeia-se na repetiÃÃo. Sendo muitas vezes a gangue o olhar do outro sobre um conjunto de prÃticas juvenis. à no momento de manifestaÃÃo que esses jovens mobilizam o olhar do espectador como meio de traduzir sua inscriÃÃo social e instituir-se enquanto gangue. à nessa trilha de aÃÃo e produÃÃo de sentido, na construÃÃo da fenomenologia gangue, que torna-se simplificador o registro de um conceito unificador e totalizador da gangue. ConcluÃmos que se a violÃncia torna-se uma dimensÃo muda, em nÃvel de discurso produzido no interior da prÃpria gangue, sua manifestaÃÃo pÃblica acaba ganhando uma positividade e instaurando diferenÃas. à quando os moradores dos bairros proscritos registram sua existÃncia, tornam pÃblicas as suas redes de exclusÃo social e desafiam novos olhares e pesquisas.

ASSUNTO(S)

sociologia periferias juventude arte tatuagem polÃcia poor areas youth art tattoo police favelas â aspectos sociais â fortaleza(ce) jovens â uso de drogas â fortaleza(ce) gangues â aspectos sociais â fortaleza(ce) jovens e violÃncia â fortaleza(ce) hip-hop(cultura popular) â fortaleza(ce) danÃa de rua â aspectos sociais âfortaleza(ce) movimentos da juventude â fortaleza (ce)

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