Cartografando novas formas de subjetivação no cotidiano de uma ONG / Charting new forms of subjetivity in the daily life in the NGO TABA : living and coexistence space for adolescents

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A humanidade, ao longo de seu percurso histórico, tem estabelecido bizarras relações no exercício da arte de viver e conviver. São relações de poder e obediência, de fuga e captura, de controle e submissão, de resistência e luta, de extermínio e preservação. Diante disso, este texto busca debruçar-se sobre as formas de poder e de governo - ou melhor, de "governamentalidade" - a partir da Idade Média até a atualidade, amparado pelo referencial teórico das últimas conferências de Michel Foucault. Partiremos da sociedade de soberania e passaremos pela sociedade de disciplina para, então, compreendermos a forma como o "biopoder" segundo Foucault (2008b) ou a chamada "sociedade de controle" por Deleuze (1992) geraram o neoliberalismo e, com ele, as instituições como as ONGs, cuja intenção de conter a miséria, leva, de certa forma, a perpetuá-la. Iremos nos aprofundar na reflexão de Gilles Deleuze e Félix Guattari (1997) sobre como o "Aparelho de Estado" e as instituições de poder da atualidade (mídia, grandes empresas nacionais e multinacionais) capturam as tentativas de resistência e luta das "Máquinas de Guerra". Tentaremos verificar como é possível resistir criando "linhas de fuga", construindo novas maneiras de estar em grupos, novas formas de ser, de governar a si mesmo e, consequentemente, de governar aos outros. Enfim, qual a possibilidade de existirem novas formas de subjetivação. Finalmente, estudaremos essas relações de poder e subjetivação através da TABA, uma ONG cuja ambigüidade a torna, em alguns momentos, capturada pelos tentáculos do neoliberalismo e, em muitos outros, a permite criar espaços de fuga e resistência. Essa paradoxal existência nos leva a perceber que, mesmo de dentro da máquina, ainda é possível criar formas de autonomia, de resistência tal qual um Frankstein às avessas, ou seja, como filha do neoliberalismo, a(s) ONG (s) supera(m) e boicota(m) o criador, construindo "buracos na lei" e novos modos de ser, mesmo estando na condição engessada de uma instituição.

ASSUNTO(S)

subjetividade organizações não governamentais methodology neoliberalismo social educator metodologia subjectivity neoliberalism non-governmental organizations

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