Análise cladística e descrição de uma nova espécie para o subgênero Lycipta Stål, 1862 (Hemiptera, Pentatomidae, Carpocorini, Euschistus)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O subgênero Lycipta Stål, 1862 está incluído em Euschistus Dallas, 1851 e tem distribuição exclusivamente Neotropical. Após a descrição original do gênero, os principais trabalhos taxonômicos relativos a Euschistus resumem-se à sinopse de Stål (1872), algumas redescrições e ilustrações feitas por Distant (1880, 1893), às descrições de novos táxons e revisões de Rolston (1973, 1974, 1978, 1982, 1984). O último trabalho relativo ao subgênero é o de Rolston (1982); seu status como subgênero e sua classificação nunca foram testados pela metodologia cladística. Neste trabalho, é testada a monofilia de Euschistus (Lycipta) e estudadas as relações entre suas espécies. O cladograma foi enraizado em Carpocoris purpureipennis (DeGeer, 1783) e para compor os táxons do grupo externo foram incluídas mais 11 espécies, pertencentes a gêneros e subgêneros considerados próximos à Euschistus: Proxys victor (Fabricius, 1775), Dichelops furcatus (Fabricius, 1775), Spinalanx rolstoni Thomas, 1995, Spinalanx monstrabilis Rolston &Rider, 1988, Ladeaschistus bilobus (Stål, 1872), Euschistus (Euschistus) taurulus Berg, 1878, Euschistus (Euschistus) rufimanus Stål, 1872, Euschistus (Euschistus) heros (Fabricius, 1798), Euschistus (Mitripus) acutus Dallas, 1851, Euschistus (Mitripus) convergens (Herrich-Schäffer, 1842) e Euschistus (Mitripus) hansi Grazia, 1987. Foram levantados 77 caracteres morfológicos para 25 táxons terminais: 13 do grupo interno mais 12 do grupo externo. Os dados foram submetidos a três análises de parcimônia por busca heurística: a primeira com os 25 táxons terminais e com pesagem igual de caracteres; a segunda com mesma pesagem de caracteres, mas com exclusão do táxon Spinalanx monstrabilis e a terceira com a exclusão do mesmo táxon e atribuindo diferentes funções de pesagem implícita, em que o valor de K (constante de concavidade) foi alterado. Resultados muito semelhantes foram obtidos nas três análises, sendo que as variações se encontram nas relações internas do subgênero Lycipta. A primeira análise gerou uma árvore com 250 passos, índice de consistência 41 e índice de retenção 63. A segunda análise resultou em um cladograma de 242 passos, índice de consistência 42 e índice de retenção 64. A terceira análise corrobora e dá suporte aos resultados obtidos nas duas primeiras. Os resultados indicam a existência do subgênero, entretanto não se pode afirmar que Lycipta seja monofilético, uma vez que uma de suas espécies está relacionada como grupo irmão do subgênero. Uma nova espécie de Lycipta é descrita, com distribuição no Rio Grande do Sul (Esmeralda, São Francisco de Paula, Caçapava do Sul e Pelotas). O subgênero, a partir deste trabalho, passa a contar com 13 espécies válidas, sendo fornecida ainda uma chave de identificação para as espécies de Lycipta.

ASSUNTO(S)

lycipta entomologia pentatomidae euschistus

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