Cardiopatia congênita na infância x condições socioeconômicas: uma relação a ser considerada na saúde pública?

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-09

RESUMO

Introdução: As cardiopatias congênitas, são malformações cardíacas que ocorrem no período embrionário e configuram um sério problema de saúde. Incidem numa proporção de 8 a 10 em cada 1000 crianças nascidas vivas e contribuem para mortalidade infantil. Objetivo: Identificar na situação socioeconômica das crianças submetidas à cirurgia cardíaca no Hospital Universitário em São Luís a existência de elementos materiais que concorrem para o agravamento desta afecção. Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo, com abordagem quantitativa de caráter descritivo-reflexivo, a partir das entrevistas sociais realizadas pelo Serviço Social junto às famílias das crianças cardiopatas no período de janeiro de 2011 a julho de 2012. Resultados: De um total de 95 entrevistas, os resultados revelaram que pelo menos 75,79% das crianças apresentaram elementos que sugerem condições socioeconômicas precárias. Evidenciaram que somente 66,33% viviam em casa de tijolo, enquanto 31,73%, em casas de taipa, adobe e palha. No que concerne à renda, foi constatado que apenas 4,08% das famílias recebiam de 1 a 2 salários mínimos, enquanto os demais 95,9% possuíam aferimentos oscilantes de 1/2 salário mínimo; 27,55% de 1/4 do salário mínimo e 24,48% renda inferior a 70 reais por pessoa, caracterizando situação de extrema pobreza. Sobre a situação previdenciária prevaleceram as crianças sem vínculo com (61,22%). No que tange a benefícios, observou-se que somente 12,24% delas estavam em gozo de Benefício de Prestação Continuada - BPC. Conclusão: condições socioeconômicas precárias figuram como importantes obstáculos no atendimento das necessidades infantis, impactando nas condições de saúde e até possibilitando o agravamento de uma afecção existente.

ASSUNTO(S)

cardiopatias congênitas fatores socioeconômicos criança

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