Caracterização quimica parcial e avaliação nutricional de uma mistura de aminoacidos sinteticos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Misturas complexas de aminoácidos e outros compostos nitrogenados, obtidos por síntese inespecífica, oriundas das sínteses prebióticas, estão sendo atualmente produzidas em pequena escala industrial no Brasil para uso na agricultura. Embora quimicamente não bem caracterizado, foi demonstrado que tais produtos, na sua forma bruta, são razoavelmente utilizados por microrganismos e plantas, aparentemente por possuírem aminoácidos de fácil absorção. O presente trabalho objetivou estudar algumas das características químicas composicionais de uma mistura aminoacídica bruta (MAB), contendo aminoácidos livres e condensados, assim como também avaliar o seu possível valor nutricional como substituto parcial da proteína em dietas padrão para o rato. Os resultados obtidos das análises químicas do produto indicaram um teor elevado de nitrogênio, 13,7%, o qual não refletiu necessariamente um teor equivalente de "proteína", já que grande parte do nitrogênio correspondeu a uréia (219 mg/g). Mesmo assim, a mistura de aminoácidos liberada pela hidrólise do produto mostrou um perfil incomum, sendo rica em tirosina, treonina, fenilalanina e ácido aspártico (15,2, 14,4, 13,3 e 20,2% da composição interna, respectivamente). A partir da estimativa do "valor protéico do produto" e da caseína comercial, elaboraram-se seis dietas experimentais que utilizaram como fonte de proteína a combinação MAB-caseína (MAB/CAS) em diferentes proporções do primeiro (MAB 1, 5, 10, 30 e 50% do nitrogênio total), duas dietas controle e uma aprotéica, seguindo as recomendações da AIN-93G. As dietas foram ministradas aos animais para obtenção dos índices nutricionais de balanço nitrogenado (BN) e quociente de eficiência protéica (PER). Os Aminogramas destas formulações mostraram que o uso da mistura MAB/CAS alterou significativamente o perfil de aminoácidos das dietas quando comparadas com o perfil da formulação controle e do requerimento nutricional para o rato Wistar. A presença do MAB nas formulações proporcionou também quantidades significativas de nitrogênio não protéico na forma de uréia. Durante todo o período do ensaio biológico, a inclinação da curva de crescimento dos grupos experimentais diminuiu em proporção à quantidade de MAB recebida, porém sem ser observado balanço negativo em qualquer momento. Este achado demonstrou que substituição parcial da caseína pela mistura aminoacídica não desencadeou qualquer processo catabólico nos animais. Todas as formulações experimentais apresentaram valores de "digestibilidade aparente" (Da) acima de 96%, ou seja, condizentes com a digestibilidade da caseína pura. As dietas com até 5% do produto sintético proporcionaram resultados aceitáveis de "valor biológico aparente" (VBa), "utilização líquida da proteína" (NPU) e "quociente de eficiência líquida da proteína" (NPR). Para as formulações MAB 10, MAB 30 e MAB 50, estes índices nutricionais apresentaram queda percentual aproximada de 15 a 26%, com relação aos controles. Com exceção do MAB 50, os resultados de PER para todos os grupos experimentais foram, no mínimo, semelhantes aos controles. Não foram observadas alterações nos níveis séricos de albumina, fosfatase alcalina e proteínas séricas totais após trinta dias de ensaio biológico, bem como alterações morfológicas no tecido jejuno-íleo do intestino delgado dos animais que receberam os níveis mais elevados de MAB. Pode ser concluído que o uso do produto sintético MAB como fonte protéica parcial das formulações promoveu crescimento e manutenção de peso satisfatórios em substituição de até 30% do nitrogênio da ração

ASSUNTO(S)

nitrogenio aminoacidos nutrição

Documentos Relacionados