Caracterização patotípica de isolados de Escherichia coli obtidos de suínos : presença de plasmídeos e perfil de resistência aos antimicrobianos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A disseminação dos patógenos na criação dos suínos tem estimulado o uso de drogas antimicrobianas na prevenção das enfermidades. Entretanto, essa prática está associada à seleção de bactérias resistentes, além da presença de resíduos de antimicrobianos nos alimentos de consumo humano. Particularmente para E. coli, esse problema agrava-se, em face do curto intervalo entre gerações e a capacidade de troca da informação genética entre as bactérias, que ocorre, principalmente, pela presença de elementos genéticos móveis como os plasmídeos. Os objetivos da presente tese experimento foram realizar o isolamento, identificação, determinação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, bem como a caracterização patotipica e da presença de DNA plasmidial em isolados de E. coli obtidos de criatórios suínos dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As amostras foram identificadas de acordo com suas características morfológicas e bioquímicas, sendo então genotipificadas por PCR para determinação dos patotipos ETEC (F4, F5, F6, F18, ST e LT), STEC (eae, Bfp e STx) e UPEC (sfa, pap, cnf, hly, iha e usp).Em seguida, o perfil de resistência aos antimicrobianos foi realizado pelo método de difusão em disco Kirby-Bauer modificado. A presença de DNA plasmidial foi avaliada pela técnica de lise alcalina. Foram obtidos 64 isolados clínicos de suínos com diarréia, sete isolados de fezes de suínos saudáveis e nove amostras de meio ambiente dos criatórios suínos (cinco de swabs das instalações, duas de rações, uma de inseto e uma da esterqueira). Nos casos de infecção urinária, foram isoladas 82 amostras de E. coli. A hemólise foi verificada em 31,48% (51/162) isolados clínicos, 2,47% (4/162) isolados de fezes de suínos saudáveis, 1,23% (2/162)isolados do ambiente de criação e 2,47% (4/162) isolados obtidos de fêmeas com infecção urinária. Os fatores de virulência detectados por PCR nas E. coli de origem entérica e ambiental foram: STb 33,75% (27/80), LT 28,75% (23/80), F18 21,25% (17/80), F4 15% (12/80), STa 16,25% (13/80), F5 10% (8/80), F41 8,75% (7/80) e STx 2,5% (2/80), enquanto que nas E. coli de origem urinária foram observados: pap 10,97% (9/82), iha 9,75% (8/82), sfa 6,09% (5/82), F4 4,87% (4/82), F5 4,87% (4/82), F6 1,21% (1/82) e F41 1,21% (1/82) hlyA 10,97% (9/82), LT 8,53% (7/82), STa 7,31% (6/82) and STb 4,87% (4/82). A resistência aos antimicrobianos foi alta para todos os tipos de amostras, sendo que nos isolados entéricos e de ambiente esta foi maior para tetraciclina e sulfazotrim, enquanto que nas UPEC a maior resistência ocorreu para penicilina, lincomicina, eritromicina e tetraciclina. Os plasmídeos foram encontrados em 87,5% (70/80) dos isolados entéricos e ambientais e em 39,02% (32/82) das amostras de infecção urinária. Com o presente estudo observou-se que os fatores de virulência encontram-se amplamente distribuídos entre os isolados obtidos de leitões com diarréia. A resistência múltipla aos antimicrobianos foi verificada independe da fonte de isolamento. Esta pode estar associada em parte à presença de plasmídeos nos isolados. Desta forma torna-se importante que os técnicos estejam conscientes sobre a importância do uso racional dos antimicrobianos e o desenvolvimento de pesquisas a cerca de alternativas para controle da enfermidade, incluindo vacinas e probióticos.

ASSUNTO(S)

escherichia coli rio grande do sul santa catarina suínos antimicrobianos biologia molecular

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