Caracterização molecular e imunológica do veneno de Tityus fasciolatus e sua ação sobre camundongos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Objetivou-se estudar o veneno do escorpião da espécie Tityus fasciolatus, encontrada no Brasil Central, por meio da caracterização molecular, determinação, da dose letal e sua ação refletida nos componentes hematológicos, bioquímicos, anatomo-histopatológicos e imunológicos, utilizando-se o camundongo como modelo experimental. Sessenta camundongos Swiss CF1, machos (18-20g) foram utilizados para determinar a DL50 do veneno bruto de T. fasciolatus por via subcutânea (SC). Durante o desafio da DL50, foi realizado o exame anátomo-histopatológico dos animais que vieram a óbito. Para o estudo do perfil hematológico e da bioquímica sanguínea foram utilizados cinquenta camundongos Swiss CF1, machos, 30g distribuídos em três grupos (n=18), inoculados via SC com 50µl de PBS (G1), 24µg de veneno de T. fasciolatus (G2) e 8µg veneno de T. serrulatus (G3). Cada grupo foi subdividido em três subgrupos (n=6) de acordo com o momento da coleta de sangue, que foi feita 1, 8 e 24h após a inoculação do veneno, e realizados hemograma e dosagem de cortisol, uréia, creatinina, creatina quinase e isoenzima MB, aspartato aminotransferase, lactato desidrogenase, amilase, glicose, proteínas totais e frações. A avaliação molecular foi realizada pela extração e purificação do RNA e técnica de RT-PCR, tendo como moldes iniciadores oriundos da sequência de toxinas do veneno de T. serrulatus. Foi utilizada a técnica de SDS-PAGE e Western Blotting para verificação do perfil protéico das proteínas e reação antigênica cruzada entre as toxinas dos venenos e, a capacidade de neutralização do soro anti-T. serrulatus contra o veneno de T. fasciolatus. A DL50 do veneno de T. fasciolatus para camundongo foi de 59,65µg/camundongo. Foram observadas alterações histopatológicas no coração, pulmão e cérebro dos camundongos que vieram á óbito. O veneno de T. fasciolatus, na dose de 24µg, causou piloereção, comportamento nociceptivo, secreção nasal e oral acentuadas, dispnéia, prurido na face, reflexos exacerbados, policitemia e leucocitose com linfocitose. O veneno de T. fasciolatus mostrou similaridade ao veneno de T. serrulatus, reatividade e neutralização cruzadas. A metodologia adotada, utilizando iniciadores desenhados a partir do veneno de T. serrulatus e RT-PCR, se mostrou eficaz para o isolamento e obtenção de clones contendo sequências correspondentes aos transcritos de mRNA presentes na glândula de veneno de T. fasciolatus, como a identificação de Tf1, Tf3 e Tf4a. O soro anti-T. serrulatus foi capaz de neutralizar o veneno de T. fasciolatus no estudo in vivo

ASSUNTO(S)

camundongo como animal de laboratório teses escorpião veneno teses hematologia teses envenenamento teses

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