Caracterização geomorfológica e modelagem de dados espaciais na plataforma continental rasa do RN nos limites da folha Touros

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2011

RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar uma caracterização geomorfológica e a modelagem de dados espaciais na plataforma continental rasa nos limites da Folha Touros (SB-25-V-C-II), com base na análise/interpretação de dados batimétricos e produtos de sensores remotos orbitais. O Estado do Rio Grande do Norte está localizado na região nordeste do Brasil e a área de trabalho situa-se na região de transição entre as porções oriental e setentrional de sua plataforma. Para o desenvolvimento das análises foram realizados levantamentos batimétricos entre os meses de março e maio de 2009, utilizando-se uma embarcação com 10 metros de comprimento e 0,70 metros de calado, equipada com sistema de posicionamento global e ecossonda (feixe duplo, 200KHz, 14). A campanha resultou em 44 perfis batimétricos com espaçamento de 1,5 km e extensão média de 30 km. O montante das campanhas foi de 111.200 pontos válidos de profundidade em 1.395,7 km navegados numa área de 1.850 km2. Os dados batimétricos foram corrigidos em relação ao nível de maré, calado da embarcação e posteriormente foram inseridos em um sistema de informações geográficas para outros processamentos. Para o desenvolvimento das análises, a partir de produto de sensor remoto orbital, foi utilizada a banda 1 do Landsat 7/ETM+, de 19 de novembro de 1999. A imagem foi utilizada para visualização e mapeamento de feições submersas. Os resultados obtidos evidenciaram, de forma muito expressiva, a presença de feições geomorfológicas características da região em estudo. Foram observados, a partir da análise da batimetria local e imagem orbital sete tipos de feições geomorfológicas. Os canais, com a presença de canais longitudinais (e. g. canal de São Roque, Cioba de Dentro e Cioba de Fora) e outros perpendiculares a costa (e. g. Touros, Pititinga e Barretas). Os altos costeiros, caracterizados como formações recifais, sendo estes os altos de Maracajaú, Rio do Fogo e Cioba. As ondulações longitudinais, descritas na literatura como sendo dunas longitudinais. Foi verificada a presença de um campo de dunas transversais. Outra feição observada foi o alto oceânico, um alinhamento rochoso paralelo a costa. Foram identificadas quatro riscas, de norte para sul: risca do Liso, Gameleira, Zumbi, Pititinga (esta última sendo descrita pela primeira vez). Por fim, um terraço oceânico foi observado na região mais profunda da área de estudo. A interpretação das imagens corroboraram com os resultados in situ, sendo possível vizualisar e descrever todas as feições existentes na região. A integração dos resultados, das metodologias aplicadas neste trabalho, foi fundamental para que todas as feições existentes na área fossem amplamente discutidas e possibilitou avaliar quais métodos geraram melhores resultados para descrever certas feições. A partir dos resultados obtidos foi possível comprovar a existencia de feições submersas na plataforma continental rasa do litoral oriental do Rio Grande do Norte. Desta forma, foi possível destacar que (1) o presente trabalho contribuiu com a disponibilização de novas informações a respeito da área em questão, principalmente no que diz respeito a coleta de dados in situ de profundidades, (2) o método de coleta e interpretação dos dados se mostrou eficiente visto que, por meio deste, foi possível visualizar e interpretar as feições presentes na área em estudo e (3) a interpretação e discussão dos resultados de forma integrada, entre diferentes metodologias, podem fornecer melhores resultados

ASSUNTO(S)

batimetria sensoriamento remoto geomorfologia costeira geomorfologia bathymetry remote sensing coastal geomorphology

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