Caracterização geológica e tecnológica do minério de zinco do extremo norte da mina de Vazante, Minas Gerais / Technological and geological characterization of zinc ore from extreme North of Vazante s mine

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/01/2011

RESUMO

A Faixa Vazante-Paracatu, localizada na porção noroeste de Minas Gerais, representa o mais importante distrito zincífero do país. Nos últimos anos, os depósitos de zinco não-sulfetados, como o de Vazante localizado nessa faixa, vem se destacando no cenário internacional devido aos teores de zinco mais elevados em relação aos de minérios sulfetados e aos avanços nas tecnologias de processamento mineral. Estudos de caracterização mineralógica e geoquímica do corpo de minério da Mina Extremo Norte (Antiga Mineração Aeirense S/A), que representa uma continuidade do trend de mineralização de Vazante, visam à identificação da forma de ocorrência e distribuição de elementos úteis que poderão vir a ser aproveitados, tais como Zn e seus possíveis subprodutos. As etapas realizadas nesse estudo incluíram trabalhos de campo, análises químicas de rocha total, petrografia, análises com uso de microscopia eletrônica de varredura e ensaios tecnológicos nos tipos de minérios identificados. Os dados levantados mostram diferenças entre o minério do Extremo Norte e da Mina de Vazante. Os corpos de minério no Extremo Norte são hospedados por unidades dolomíticas do Membro Morro do Pinheiro Inferior (Formação Serra do Poço Verde), próximo ao contato com rochas metapelíticas da Formação Serra do Garrote, ambas do Grupo Vazante. O controle da mineralização é estrutural, assim como na Mina de Vazante, mas a zona de falha que controla a distribuição dos corpos de minério apresenta traço curvo e direção N-S. A mineralização supérgena é representada pela calamina (hemimorfita), enquanto a hipógena, apresenta predominância de willemita. Altos conteúdos de ferro nas zonas mineralizadas, também uma particularidade da área, foram usados na classificação de subtipos de minérios de calamina e willemita. Apartir das relações mineralógicas, químicas e texturais, pode-se sugerir que a participação de fluidos metalíferos e meteóricos seria provável para a formação da mineralização hipógena do Extremo Norte. Neste contexto, as condições físico-químicas resultantes da mistura de fluidos para a formação do minério willemítico seriam aquelas de pH neutro a básico, resultante da maior participação de fluidos meteóricos já aquecidos ou do tamponamento devido às reações com as rochas carbonáticas, sem decréscimo acentuado de temperatura. As análises químicas mostraram que os teores de ferro do minério da antiga Mina da Masa podem ser relacionados à profundidade e ao fechamento de lentes de willemita mais profundas. Além disso, o minério da antiga Mina da Masa é mais empobrecido em elementos traços como Ag, Cd, Ge e Pb em relação ao minério de Vazante. Tal fato pode estar relacionado ao conteúdo mais baixo de sulfetos no minério do Extremo Norte. De acordo com a caracterização tecnológica, observa-se que os subtipos de minério com willemita com menores (Fé <20%) e maiores teores de Fe (Fe >20%), mostram tendências semelhantes em relação a sua distribuição granulométrica. O conteúdo de Zn é significativo entre as faixas granulométricas -0,15+0,11 e -0,044+0,038mm. Os teores de Fé encontram-se maiores na fração grossa, principalmente para as amostras ricas em Fe, onde os grãos de hematita estão associados à willemita ou liberados. Ao relacionar tal fato com a petrografia, pode-se concluir que isso deve-se à substituição da fase willemítica pela hematítica. Os teores de CaO e MgO apresentaram-se maiores nas frações mais finas para os dois subtipos de minério, principalmente para o subtipo rico em Fe e contribuem para fenômeno slime coating, que é resultante tanto dos maiores conteúdos de dolomita, como quantidades elevadas de hematita, que representa um corpo moedor devido à diferença em sua dureza em relação aos minerais carbonáticos. Em geral, o aproveitamento dos sulfetos do minério da Mina Extremo Norte é dificultado por sua forma de ocorrência, em inclusões muito finas na willemita, que não são liberadas mesmo em frações granulométricas finas (-0,038 mm). Espera-se que esta dissertação possa fornecer subsídios para futuros estudos geometalúrgicos, auxiliando na previsibilidade do comportamento do minério na Usina e na otimização do rendimento da planta metalúrgica

ASSUNTO(S)

zinco - minas e mineração - vazante (mg) zinco zinc zinc paracatu (mg)

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