Caracterização e classificação de Espodossolos nos Estados de Pernambuco e Paraíba.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/03/2011

RESUMO

Os Estudos dos Espodossolos no Brasil, nas áreas de restinga e tabuleiros costeiros ainda são escassos. Este trabalho visou caracterizar os Espodossolos nestes ambientes, com enfâse nos tabuleiros, nos Estados de Pernambuco e Paraíba, levantando informações que possam subsidiar possíveis alterações e/ou complementações na taxonomia destes solos, no nível de subordem do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). O estudo incluiu a verificação da contribuição do ferro e do alumínio no processo de podzolização nos diferentes ambientes; a caracterização dos grupos funcionais da matéria orgânica e suas relações com o B espódico. Foram coletados 14 perfis de Espodossolos distribuídos entre as áreas da baixada litorânea e dos tabuleiros terciários, nos quais foram realizadas análises físicas, químicas e mineralógicas de rotina, extrações seletivas para alumínio e ferro com ditionito citrato bicarbonato, oxalato ácido de amônio e pirofosfato de sódio, além do fracionamento químico das substâncias húmicas. Os resultados mostraram que embora alguns horizontes, classificados como Bs, em virtude das cores claras e vivas, não indicativas da presença de matéria orgânica, apresentaram, algumas vezes, teores de matéria orgânica mais altos que alguns horizontes mais escuros, identificados como Bhs, mostrando que apenas o critério da cor não é suficiente para a identificação dos mesmos. Com relação às características físicas e químicas de rotina, não foram encontradas diferenças entre os Espodossolos dos tabuleiros terciários e o de restinga. A mineralogia dos solos também foi semelhante na área de restinga e nos tabuleiros, com predominância de caulinita e quartzo na fração argila e pequena representação de ilita, gibbsita, feldspato e anatásio. Nos tabuleiros, além destes também ocorreu a goethita. Na fração silte verificou-se a predominância de quartzo e caulinita em todos os solos, com picos mais sutis de anatásio, feldspato, goethita e gibbsita. Na fração areia houve predominância do quartzo em todos os perfis, com traços de feldspato. O fracionamento químico da matéria orgânica mostrou que o carbono da fração ácidos fúlvicos aumentou nos horizontes espódicos em praticamente todos os solos, assim como o carbono da fração dos ácidos húmicos, só que em menores quantitativos, reforçando a teoria da complexação orgânica, verificada pelas altas relações Alp+Fep/C. O carbono da fração humina de forma geral apresentou-se menor que as outras frações e diminuiu em profundidade, atestando sua natureza pouco solúvel, concentrando-se nas camadas superficiais. Os resultados da densidade ótica do extrato em oxalato (DOEA), do Alo+ 0,5 Feo e do pH em água (1:1), de forma geral demonstraram que os solos estudados atendem aos critérios da Soil Taxonomy (EUA) e da WRB (FAO) para materiais espódicos. Nos resultados das extrações seletivas para alumínio e ferro com os três extratores, observou-se que os teores de ferro foram menores em relação aos teores de alumínio, praticamente em todos os perfis, sugerindo uma maior participação do alumínio, em relação ao ferro, no processo de podzolização destes solos, nas formas ativas de Al-húmus e nos compostos inorgânicos pouco cristalinos. Tal observação sugere a inconsistência da priorização dos termos ferrilúvico e ferrihumilúvico na subdivisão das ordens dos Espodossolos no SiBCS. Sugere-se realização de pesquisas visando uma reestruturação das subordens dos Espodossolos, com a redefinição das cores dos diversos tipos de B espódico e a inclusão de parâmetros químicos (teor de C, Alo+0,5 Feo , DOEO, pH) na identificação destes horizontes.

ASSUNTO(S)

pedogênese podzolização formação barreiras restinga pernambuco (br) paraíba (br) ciencia do solo pedogenesis podzolization barreiras formation coastal plain

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