Caracterização e análise filogenética dos genótipos do virus da Hepatite B circulantes em território brasileiro. / Characterization and phylogenetic analysis of Hepatitis B virus genotypes circulating in the Brazilian territory.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A hepatite B é definida como inflamação do fígado causada por uma infecção pelo Vírus da Hepatite B (HBV), um vírus de DNA, da família Hepadnaviridae. A hepatite B é um problema de saúde pública importante, existindo em todo mundo aproximadamente 350 milhões de portadores do vírus. O HBV pode ser dividido em oito genótipos principais, designados de A a H, e definidos pela divergência nucleotídica superior a 8% entre os mesmos. Os diferentes genótipos apresentam distribuição geográfica distinta. Com o obejtivo da caracterizar geneticamente as variantes virais circulantes em teritório brasileiro, foram realizada análises de dados sorológicos e moleculares. A prevalência do HBV encontrada em doadores de sangue voluntários do Rio de Janeiro foi de 0,27% para HBsAg e de 3,68% para anti-HBc. De 1998 a 2005 houve queda estatisticamente significativa tanto na prevalência de HBsAg (0,36% para 0,14%) como na prevalência de anti-HBc (6,12% para 2,05%), entretanto as prevalências encontradas para os marcadores de HBV foram maiores do que a encontrada em países desenvolvidos. Este estudo também avaliou a distribuição dos diferentes genótipos do HBV no território brasileiro e sua variabilidade genética baseado na estrutura geográfica da população viral. Foram coletadas 319 amostras de doadores de sangue HBsAg positivas de diferentes regiões brasileiras e foram encontrados três genótipos de HBV: A (73%), D (23%) e F (4%). Em relação ao subtipo viral, o mais freqüente foi adw2 (75,5%), seguido por ayw2 (18,01%), adw4 (3,83%), ayw1 (1,92%) e ayw3 (1,15%). Foi identificada uma grande variedade intragenotípica nas amostras de HBV, sendo observada grande variação na seqüência nucleotídica da região S. A diversidade nucleotídica (p) encontrada para os genótipos A, D e F são estatísticamente diferentes (a=0.05), sendo pequena nos estados da região nordeste e aumentando à medida que analisamos o sul do país. Analisando a diversidade intragenotípica (h), verifica-se um equilíbrio entre os genótipos. Com base na análise de median joining não é possível inferir diferentes populações, entretanto existe certa tendência, de algumas populações ocuparem regiões específicas dentro da rede. A análise de AMOVA conclui que não houve uma estruturação geográfica entre as diferentes regiões estudadas sugerindo que essas populações não se encontram isoladas. Na análise de mismacth distribution para os genótipos A e D o teste de aderência foi aceito, indicando um evento passado de expansão populacional. A análise de máxima verossimilhança revelou a presença na população brasileira de 3 subgenótipos (FII, FIII e FIV) dos 5 já descritos para o genótipo F. A presença desses três subgenótipos do genótipo F no Brasil, corrobora a hipótese da entrada do homem na América do Sul vindo da América Central e migrando para o sul por rotas ao longo da costa.

ASSUNTO(S)

hepatite b genotype genetica molecular e de microorganismos hepatitis b genótipo

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