Caracterização de variedades locais de milho procedentes de Anchieta-SC quanto à resistência a Exserohilum turcicum

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A queima de turcicum do milho (Zea mays L.), causada por Exserohilum turcicum, é uma das principais doenças desta cultura. Em vista dos danos causados, buscam-se estratégias que minimizem as perdas nos campos de cultivo. Uma das formas mais eficientes de controle dessa doença é a utilização de variedades com resistência genética. Pelo fato das variedades locais apresentarem variabilidade genética, são consideradas fontes potenciais de genes capazes de isentar ou minimizar os impactos dessa doença nas lavouras de milho. A utilização de variedades locais com maiores níveis de resistência à queima de turcicum permite ao agricultor de pequenas propriedades maior autonomia sobre sua produção. O objetivo deste trabalho foi avaliar a reação de nove variedades locais de milho frente a diferentes isolados de Exserohilum turcicum quanto aos componentes que determinam a resistência quantitativa e qualitativa à queima de turcicum. Os experimentos foram realizados na Fazenda da Ressacada da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis/SC. Foram testadas nove variedades locais procedentes do município de Anchieta/SC - Mato-Grosso (39), Palha-Roxa (18), Roxo (30), Roxo (29), Composto São Luiz (13), MPA1 (26), Língua de Papagaio (19), Mato Grosso # Palha Roxa (37) e Rajado 8 Carreiras (31) - frente a 3 isolados de Exserohilum turcicum coletados nos municípios de Anchieta, Florianópolis e Xaxim # SC. Foram realizadas avaliações para período de incubação, severidade e incidência, em um experimento conduzido no esquema de parcelas subdivididas, no delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições, tendo os isolados como parcelas e as variedades como subparcelas. O período de incubação correspondeu ao número de dias transcorridos entre a inoculação e o surgimento dos sintomas. A severidade foi medida em quatro etapas fenológicas distintas (15, 25, 35 e 45 dias após a inoculação), considerando a percentagem de área do tecido lesionado em folhas individuais e na planta inteira, a partir de uma amostra de 5 plantas de cada subparcela. Com base nos dados de severidade obtidos nas quatro avaliações, foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para as avaliações feitas em folhas e em plantas inteiras. A incidência de doença foi quantificada aos 15 e 25 dias após a inoculação. Os resultados apresentaram diferenças significativas entre variedades, em todas as variáveis analisadas. O menor período de incubação foi verificado na variedade Rajado 8 Carreiras (31) (média de 10,6 dias), enquanto que a variedades Palha-Roxa (18) apresentou o maior período de incubação (média de 12,86 dias), sendo que as variedades Mato-Grosso (39), Roxo (30), Roxo (29), Composto São Luiz (13), MPA1 (26), Língua de Papagaio (19) e Mato Grosso # Palha Roxa (37) apresentaram valores intermediários a estes e não diferiram entre si estatisticamente. As avaliações de severidade para a folha individual e para a planta inteira foram bastante semelhantes. A menor AACPD calculada com base na severidade medida em folha e planta inteira foi observada na variedade MPA1 (26), enquanto que a variedade Roxo (29) apresentou a maior severidade. As variedades Mato-Grosso (39), Palha-Roxa (18), Roxo (30), Composto São Luiz (13), Língua de Papagaio (19), Mato Grosso # Palha Roxa (37) e Rajado 8 Carreiras (31) apresentaram valores intermediários de severidade, não diferindo entre si estatisticamente. Estes resultados são semelhantes aos observados para a incidência. Os menores valores de incidência, nas avaliações realizadas aos 15 e 25 dias após a inoculação, foram observados nas variedades Mato-Grosso (39) (23,61%) e MPA1 (26) (71,53%), respectivamente. A variedade Roxo (29) apresentou a maior incidência aos 15 e 25 dias, com 48,61% e 90,97% de plantas doentes, respectivamente. De maneira geral, a variedade MPA1 (26) apresentou maior resistência à queima de turcicum, enquanto que a variedade Roxo (29) apresentou maior suscetibilidade. O conhecimento da diversidade, complexidade e evolução da população de Exserohilum turcicum, através do monitoramento das raças predominantes nas regiões produtoras de Santa Catarina é indispensável para a recomendação de cultivares que possam reduzir os prejuízos causados por Exserohilum turcicum.

ASSUNTO(S)

recursos florestais e engenharia florestal milho - anchieta (sc) - variedades

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