Caracterização de neossolos regolíticos da região semi-árida do Estado de Pernambuco.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/03/2011

RESUMO

O Semi-árido brasileiro é caracterizado por elevadas temperaturas e sazonalidade das chuvas, toda via, observa-se sob os seus domínios, amplas áreas de cultivo que dão suporte a uma agricultura fundamentalmente familiar, geralmente de subsistência. O pleno cultivo nesta região é limitado pela semi-aridez, fenômeno que proporciona, entre outros, o desenvolvimento de solos geralmente pouco evoluídos tais como os Neossolos Regolíticos. Esta classe de solos, no entanto, apresenta uma razoável potencialidade agrícola devido à significativa presença de minerais facilmente alteráveis em sua assembléia mineralógica. Diante das singularidades do clima e do solo, acima expostos, o presente trabalho objetivou estudar a gênese e as suas implicações nas propriedades, nas potencialidades e nas limitações agrícolas de Neossolos Regolíticos no semi-árido pernambucano. As caracterizações morfológica, física, química, mineralógica e petrográfica de cinco perfis de solos provenientes de granitóides ou gnaisses nos municípios de São Caetano (P1), Lagoa do Ouro (P2), Caetés (P3), São João (P4) e Parnamirim (P5), ao longo do agreste e sertão do Estado apontam para a existência de solos semelhantes e com pequeno grau de desenvolvimento pedogenético, sendo eles, de medianamente a muito profundos e com seqüencia de horizontes A-AC-Cr. Os cinco solos são arenosos ou de textura média e bem drenados. Os perfis de São Caetano e de Parnamirim apresentam-se solódicos em profundidade, entretanto, todos os solos possuem baixos teores de matéria orgânica e nutrientes vegetais a exemplo do fósforo. Mineralogicamente os Neossolos Regolíticos estudados apresentam predominância de quartzo seguido de micas e feldspato. De fato a elevada presença de micas e feldspato diante das condições locais propiciam a ação dos processos neoformadores de monossialitização em todos os perfis. Constatou-se também o processo de bissialitização no perfil de Lagoa do Ouro. Tais processos resultam respectivamente na formação da caulinita e de minerais do grupo das esmectitas. Observou-se, em Lagoa do Ouro, a presença de esmectitas com substituição isomórfica na cadeia tetraédrica de silício por ferro e/ou alumínio, provavelmente beidelita/nontronita. Diante dos resultados pode-se concluir que o clima é o principal fator limitante dos Neossolos Regolíticos estudados, e sua variação entre os cinco perfis não promovem ampla diferenciação dos atributos morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos. Porém, o clima somado a boa drenagem, na maioria dos solos, propiciam um ambiente neoformador com a conseqüente formação de caulinita. A posição no relevo do perfil de Lagoa do Ouro colabora para a neogênese de esmectitas ricas em elementos naturalmente não encontrados em abundancia na fase trocável destes solos. Toda via os atributos estudados não indicaram grandes limitações de uso, sugerindo um moderado potencial agrícola aos solos.

ASSUNTO(S)

neossolos mineralogia classificação do solo gênese semiárido pernambuco (br) ciencia do solo

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