Caracterização de mecanismos de resistência as quinolonas e sulfametoxazol/trimetoprima de isolados clínicos de Stenotrophomonas maltophilia / Characterization of mechanisms of resistance to quinolones and sulfamethoxazole/trimethoprim in clinical isolates of Stenotrophomonas maltophilia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/11/2011

RESUMO

Stenotrophomonas maltophilia é um bacilo Gram-negativo, não fermentador, considerado um microorganismo pouco virulento, relacionado principalmente a infecções associadas à assistência a saúde. A S. maltophilia apresenta um padrão de resistência intrínseca à maioria das classes de antibióticos. A droga de escolha para o tratamento das infecções por S. maltophilia é a sulfametoxazol/ trimetoprima (SMX/TMP). Entretanto, estudos atuais relatam o aumento da resistência a esse antibiótico, o que limita assim as opções para terapia efetiva. Outras opções de tratamento são o levofloxacino e a tigeciclina, porém, faltam estudos clínicos e in vitro dessas drogas. A proposta deste estudo foi avaliar os possíveis mecanismos de resistência a SMX/TMP e as quinolonas em isolados clínicos de pacientes internados no Instituto Central do Hospital das Clínicas e do Hospital A.C. Camargo. Foram avaliadas 106 amostras de S. maltophilia isoladas de pacientes adultos com infecção relacionada à assistência a saúde, internados no Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP e no Hospital de Câncer A.C Camargo durante o período de dezembro de 2008 a dezembro de 2010. A sensibilidade à SMX/TMP foi de 78,3%, para levofloxacino de 82% e 14,2% para cirpofloxacino, para minociclina de 100% e tigeciclina 91,6%. Foi realizado PCR para detecção dos genes sul1, sul2 e dfrA1 para avaliar a resistência à SMX/TMP, os genes int1 e iscr2 para avaliação da presença de elementos genéticos móveis e os genes gyrA, qnr, smeD, smeT e aac(6)-Ib-cr para avaliação da resistência as quinolonas. Quatorze amostras (13,2%) foram positivas para o gene sul1. Desses isolados, nove amostras apresentavam resistência ao SMX/TMP com CIM50 de 8 g/mL e CIM90 de 128 g/mL. Cinco amostras positivas para o gene sul1 foram sensíveis a SMX/TMP com CIM50 de 1 g/mL e CIM90 de 1 g/mL. A sequencia do integron1 da amostra com CIM >125 g/mL mostrou um tamanho aproximado de 4000 pb contendo os genes cassetes aac4 e aadA1 e a região qac/sul1. Uma amostra resistente a SMX/TMP foi positiva para o gene sul2 localizado na transposase-like ISCR 2. Observamos a presença de quatro novos qnr em cepas de S. maltophilia e a presença da enzima aac(6)-ib-cr em 4 amostras. 100% das cepas foram positivas para o gene do sistema de efluxo smeDEF e 12/38 amostras tiveram o gene smeT do sistema de efluxo smeDEF, ,porém não foi observada mutação nesse gene. Na sequencia de aminoácidos da girase A de 15 amostras resistentes a levofloxacino não observamos mutações relacionadas à resistência a quinolonas. As cepas resistentes a SMX/TMP apresentaram um padrão policlonal. Dezoito amostras resistentes ao levofloxacino apresentaram 14 perfis clonais, distribuídos em 10 clusters. S. maltophilia exibe múltiplos mecanismos de resistência, nesse estudo observamos um grande número de cepas com elementos genéticos móveis carregando o gene sul1 e outros genes de resistência. A S. maltophilia pode ser um importante reservatório de transmissão de genes de resistência

ASSUNTO(S)

bacterial infections fatores de resistência infecções bacterianas quinolonas quinolones resistência a trimetoprima resistencial factors stenotrophomonas maltophilia stenotrophomonas maltophilia sulfametoxazol sulfametoxazol trimethoprim resistance

Documentos Relacionados