Caracterização da resposta inflamatória nos carcinomas mamários em cadelas
AUTOR(ES)
Alessandra Estrela da Silva Lima
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
Foram realizados dois experimentos distintos utilizando cadelas portadoras de carcinoma mamário, com o objetivo de caracterizar a resposta inflamatória associada ao tumor e realizar a imunofenotipagem dos leucócitos no sangue periférico por citometria de fluxo. No primeiro experimento foram estudados 51 tumores mamários classificados histologicamente em dois grupos: carcinomas em tumores mistos (MC-BMT=31) e carcinomas (MC=20), os quais foram submetidos à análise morfométrica das células inflamatórias e avaliação clínico-patológica sistemática, além da avaliação da taxa de sobrevida das cadelas. A partir desses parâmetros, foi observado que o grupo MC estava associado com maior freqüência a estadiamento clínico avançado, elevado grau histológico e metástase pulmonar. A inflamação foi mais difusa e intensa no grupo MC, quando comparado ao grupo MC-BMT, sendo os linfócitos o tipo celular predominante. A análise multivariada mostrou que apenas infiltrado linfocítico de intensidade 600 (P=0,02) foi um fator prognóstico independente. Foram selecionados ainda 24 animais (MC-BMT=16 e MC=8) para determinação dos subtipos de linfócitos infiltrantes no tumor. A porcentagem de células T foi maior nos animais do grupo MC-BMT, sem metástase, enquanto a porcentagem de linfócitos B foi maior nos animais com metástases MC-BMT (P <0,05). A percentagem relativa de linfócitos T CD4+ foi significativamente maior nos animais com metástases (ambos MC-BMT e MC), (P <0,05), enquanto a proporção de células T CD8+ células foi maior no MC-BMT sem metástase. Independentemente do tipo de tumor, os animais com elevada proporção de células T CD4+ e baixa de células T CD8+ apresentaram menor taxa de sobrevida. Aparentemente, o subtipo de linfócito, a quantidade e o momento do início da resposta inflamatória, induzida pela ação de citocinas, são fatores que definem se o processo inflamatório atuará como promotor ou inibidor do desenvolvimento tumoral. No segundo experimento foram avaliadas 49 cadelas (MC-BMT=29 e MC=20) para determinação do perfil de leucócitos no sangue periférico, sendo observado que os linfócitos T CD4+ estão associados à progressão tumoral, enquanto os linfócitos T CD8+ inibem o desenvolvimento tumoral. A partir desta análise, foram propostos dois parâmetros, razão CD4+/CD8+ para o grupo MC-BMT e IMF (Intensidade Média de Fluorescência) em monócitos para o grupo MC, os quais apresentaram significativo valor clínico e prognóstico, possibilitando a segregação de cadelas com alta probabilidade de sobrevivência ou morte, respectivamente. Estes resultados podem auxiliar a melhor compreensão sobre a heterogeneidade imunológica dos carcinomas mamários caninos, fornecendo ferramentas alternativas no estabelecimento de possíveis protocolos terapêuticos baseados no perfil imunofenotipico desses tumores.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8GYKXQDocumentos Relacionados
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