Caracterização da infecção placentária pelo vírus zika em humanos: Uma revisão da literatura

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

Resumo Objetivo O objetivo desta revisão é apresentar uma avaliação sistemática dos achados relacionados à infecção por zika vírus (ZIKV) na placenta humana. Fontes de dados As bases de dados EMBASE, PUBMED, e SCIELO foram pesquisadas, até junho de 2019, sem qualquer restrição de língua. Seleção dos estudos Os termos placenta E zika virus foram utilizados na busca. Foram incluídos estudos que reportassem achados placentários de infecção em seres humanos, enquanto estudos experimentais, revisões, notas e editoriais foram excluídos. Um total de 436 estudos foram identificados, e 243 tiveram seus títulos lidos após a exclusão de duplicatas. Cento e vinte e oito artigos tiveram seus resumos avaliados, dos quais 32 foram incluídos na análise final (18 relatos de caso, 10 séries de casos, e 4 estudos de coorte). Dados obtidos Foram pesquisados dados relativos ao autor, ano da publicação, desenho do estudo, número de participantes, número de amostras de placenta, início dos sintomas, desfechos perinatais, e principais achados histológicos. Síntese dos dados Os principais achados placentários descritos foram leves e inespecíficos, similares a outras infecções placentárias, incluindo infecção placentária crônica, vilosite crônica, aumento das células de Hofbauer, depósitos irregulares de fibrina, aumento das células mononucleares no estroma viloso, imaturidade vilosa, edema, hipervascularização, fibrose estromal, calcificação, e necrose focal dos sincicitrofoblastos. Conclusão Infecções por ZIKV têm achados placentários inespecíficos, similares aos de outras infecções do grupo toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes (TORCH). Caracterizar e padronizar os achados placentários após infecção por ZIKV é fundamental para entender o mecanismo das infecções congênitas.

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