Caracterização da composição química e atividade biológica de extratos de Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze Amarnathaceae

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/02/2012

RESUMO

Alternanthera brasiliana (Amaranthaceae) é uma planta medicinal utilizada no tratamento de inflamações, dores e processos infecciosos (BROCHADO et al., 2003; MACEDO et al., 2004). Extratos polares desta planta têm revelado a presença de carboidratos e pigmentos da classe das betalaínas (SILVA et al., 2005, GASPARETTO et al., 2010). Já os extratos lipofílicos têm apresentado quantidades significativas de ácidos e ésteres graxos, esteróides, alcoóis graxos e hidrocarbonetos (PEREIRA, 2007). Trabalhos recentes, envolvendo outras plantas medicinais têm mostrado que o teor de extrativos varia de acordo com método de extração e o solvente empregado (WEINHOLD et al., 2008; BIMAKRA et al., 2011). Nesses trabalhos, procedimentos convencionais baseados na extração sólido-líquida apresentam menores teores de extrativos que aqueles obtidos por metodologias mais elaboradas como extração sólido-líquida utilizando-se ultrassom e a dispersão da matriz em fase sólida (DMFS) (XIAO et al., 2004, SILVA et al., 2009; JADHAV et al., 2009; BIMAKRA et al., 2011). Consoante Hemwimol et al. (2006), a extração sólido-líquida com ultrassom baseia-se na utilização de ondas ultrassônicas para promover maior penetração do solvente na matriz vegetal, permitindo interação mais eficiente entre os constituintes da planta e o solvente .Já a dispersão da matriz em fase sólida baseia-se na interação entre o material vegetal e um adsorvente (florisil, sílica, C18, etc.), resultando no rompimento da parede celular e facilitando a extração das substâncias químicas (BARKER, 2007). A dispersão da matriz em fase sólida é uma técnica comumente utilizada no estudo de contaminantes orgânicos em diversas matrizes ambientais (BING et al., 2005; PENA et al., 2008), no entanto, são raros os trabalhos que descrevem o uso em extratos vegetais (CAPRIOTTI et al. 2010). Ressalta-se ainda, que metabólitos vegetais da classe dos ácidos fenólicos (ZIAKOVÁ et al., 2003) e isoflavonóides (VISNEVSCHI-NECRASOVA et al., 2009) já foram extraídos com sucesso a partir desta técnica. Tais técnicas de extração utilizam diversos tipos de solventes, sendo empregados, por exemplo, a água, etanol, diclorometano, acetato de etila e hexano (BARWICK, 1997; ZHAO et al., 2006; GARCIA et al., 2010). O hexano, apesar de ser mais vantajoso por extrair somente compostos lipofílicos, apresenta algumas deficiências na remoção de compostos parcialmente polares (OKOLI et al., 2007; LAI et al., 2009; ORHAN et al., 2009; MONSÁLVEZ et al., 2010). Cechinel Filho e Yunes (1998) salientam que o diclorometano e acetato de etila são empregados para remoção de extrativos em plantas medicinais, visando obter os compostos com polaridades intermediárias. Contudo, devido à toxicidade do diclorometano, o método de extração com este solvente tem sido utilizado de forma restrita (JABER-VAZDEKIZ et al., 2006). A água e o etanol extraem maior quantidade de componentes hidrofílicos como carboidratos e compostos fenólicos (MARKOM et al., 2007), porém, elevados teores de carboidratos favorecem o desenvolvimento de microrganismos (BIELLA et al., 2008). Apesar desses relatos na literatura, nenhum estudo sistemático foi realizado visando comparar diferentes metodologias de extração e solventes para a determinação do teor de extrativos em A. brasiliana. A comparação entre métodos de extração pode proporcionar a obtenção de elevada quantidade de princípio ativo em menor tempo, com redução no consumo de reagente e maior preservação da composição química.

ASSUNTO(S)

ciências agrárias teses.

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