Caracterização biológica, serológica e molecular de uma estirpe do Passion Fruit Woodiness Virus (PWV) que infecta sistemicamente algumas cucurbitáceas. / Biological, serological and molecular characterization of an isolate of passion fruit woodiness virus (pwv) that infect some cucurbit plants systemically.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Este trabalho apresenta resultados da caracterização biológica, serológica e molecular de um potyvirus que causa mosqueado foliar em maracujazeiro e infecta, experimentalmente, plantas de abobrinha-de-moita (Cucurbita pepo cv. Caserta). Esse potyvirus foi inicialmente observado em extratos de folhas de maracujazeiro e em cortes ultra finos de tecidos infectados de abobrinha-de-moita, em microscopia eletrônica. Além de partículas alongadas, observaram-se inclusões lamelares do tipo catavento, características de espécies de vírus do gênero Potyvirus. Após purificação a partir de folhas de maracujazeiro com mosqueado, as partículas desse potyvirus foram dissociadas para a caracterização dos seus principais componentes. O RNA viral apresentou peso molecular de aproximadamente 10000 pb. O peso molecular da proteína da capa protéica foi de aproximadamente 32 kDa. Antissoro policlonal produzido em coelho reagiu com o antígeno homólogo, bem como com o Passion fruit woodiness virus (PWV), em teste de PTA-ELISA, mas não reagiu com dois potyvirus que infectam cucurbitáceas, Papaya ringspot virus - type W e Zucchini yellow mosaic virus. O antissoro contra o PWV reagiu com o potyvirus do mosqueado do maracujazeiro. Quando três isolados do potyvirus do mosqueado do maracujazeiro (M1, M2 e M3) foram inoculados em 37 espécies vegetais, juntamente com dois isolados do PWV (PWV-1 e PWV-2), constatou-se que todas as espécies infectadas pelos isolados do PWV também o foram com os isolados do potyvirus do mosqueado. Estes últimos, entretanto, também foram capazes de infectar sistemicamente plantas de abobrinha-de-moita cv. Caserta e de abóbora híbrida do tipo Tetsukabuto, o que não ocorreu com os isolados do PWV. Testes de transmissão do isolado M1 do potyvirus do mosqueado, por meio mecânico e com os afídeos Myzus persicae e Aphis gossypii, de plantas de maracujazeiro, abobrinha-de-moita, feijoeiro BT 2 e crotalária, para plantas das mesmas espécies foram positivos. No entanto, observou-se que a eficiência de transmissão foi influenciada pela planta fonte de inóculo. Quando a abobrinha-de-moita foi utilizada como fonte de inóculo, a transmissão só ocorreu para plantas-teste dessa espécie, independente do processo de inoculação. Testes de proteção entre os isolados do potyvirus do mosqueado e do PWV, em plantas de Crotalaria juncea, juntamente com a análise da seqüência de nucleotídeos do gene da capa protéica e da região terminal 3 não traduzida dos isolados M2 e M3, indicaram que o potyvirus do mosqueado é uma estirpe do PWV que ocorre em São Paulo. Análises moleculares comparativas com outras espécies de Potyvirus indicaram que tanto os isolados do potyvirus do mosqueado como os isolados do PWV têm alta identidade com o Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV). Esse resultado corrobora relato anterior feito no país e aponta para a necessidade de uma alteração na nomenclatura da espécie do vírus que está freqüentemente associada ao endurecimento dos frutos do maracujazeiro no Brasil.

ASSUNTO(S)

mottle passion fruit woodiness virus maracujá mosqueado (doença de planta) potyvirus. passion fruit potyvírus. endurecimento-dos-frutos-do-maracuzjazeiro

Documentos Relacionados