Caracterização biológica e fisiológica de populações de Sclerotinia sclerotiorum e avaliação da resistência genética em cultivares de soja / Biological and physiological characterization of Sclerotinia sclerotiorum populations and evaluation of genetic resistance in soybean cultivars

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/06/2012

RESUMO

A soja (Glycine max L. Merril) é a principal espécie cultivada no país, tendo produtividade média de 3.106 kg.ha-1 em uma área de 24,2 milhões de hectares, conferindo ao Brasil o segundo lugar na produção mundial. Dentre os fatores que limitam o rendimento, a lucratividade e o sucesso de produção desta leguminosa destacam-se as doenças. Dentre elas, o mofo branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, tem assumido importância nos campos de cultivo de soja no Cerrado brasileiro. O controle dessa doença tem sido considerado difícil em função da ausência de cultivares resistentes, sobrevivência do fungo no solo por longos períodos, ampla gama de hospedeiros, grande número de ascósporos produzidos por apotécio e sua rápida disseminação a distâncias relativamente longas a partir da fonte produtora e sobrevivência em sementes na forma de micélio dormente ou escleródios contaminando os lotes. Este trabalho teve como objetivo estudar a variabilidade genética de populações de S. sclerotiorum; avaliar a agressividade de isolados em plantas de soja; avaliar a sensibilidade de isolados à fungicidas, temperaturas e regime de luz; selecionar um método de inoculação de S. sclerotiorum em plantas de soja, eficiente e prático e; caracterizar cultivares de soja quanto à reação à S. sclerotiorum. Os experimentos foram conduzidos na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás. A coleção de isolados foi obtida por meio de coleta de escleródios em plantas de soja de oito municípios da região Central do Brasil, Silvânia GO, Anápolis GO, São Miguel do Passa Quatro GO, Água Fria GO, Montividiu GO, Chapadão do Sul MS, Uberlândia MG e Patrocínio MG. Os testes de compatibilidade micelial foram realizados em meio de cultura MPM (meio modificado de Pattersons) e meio de cultura BDA (Batata Dextrose Ágar), sendo as reações miceliais de compatibilidade e incompatibilidade avaliadas aos sete dias após a incubação. As análises de compatibilidade micelial foram realizadas dentro de cada município amostrado, com um número de 25 isolados, bem como entre os grupos de compatibilidade micelial de cada município, totalizando 31 isolados. Para avaliação de agressividade, 21 isolados representando cada grupo de compatibilidade micelial, encontrado em cada localidade estudada, foram inoculados pelo método da ponteira no pecíolo nas cultivares M-SOY 7908 RR e BRSGO 7760 RR. As avaliações do comprimento de lesão na haste foram realizadas aos três e sete dias após a inoculação. Os mesmos 21 isolados utilizados nos experimentos de agressividade foram avaliados quanto à sensibilidade aos fungicidas fluopyram, boscalid, tiofanato metílico, carbedazim, dimoxystrobina+boscalid, procimidone e fluazinam. Estes isolados também foram avaliados quanto à sensibilidade as temperaturas de 10oC, 15oC, 20oC, 25oC e 30oC, em condições de fotoperíodo por 12 horas e escuro contínuo. Para seleção de um método de inoculação eficiente e prático, quatro métodos de inoculação foram utilizados nas cultivares de soja M-SOY 7908 RR e BRS 7760 RR, utilizando-se apenas um isolado. A caracterização de cultivares de soja quanto à reação a S. sclerotiorum foi realizada por meio de um isolado agressivo, selecionado nos experimentos de agressividade, e pelo método de inoculação da ponteira. Neste experimento foram avaliadas quarenta cultivares em delineamento inteiramente casualizado com 3 repetições. Em análise intrapopulacional, verificou-se que a variabilidade genética em S. sclerotiorum foi baixa, enquanto que em análise interpopulacional, oito grupos de compatibilidade foram encontrados, sendo um grupo mais predominante do que os demais. Houve diferença significativa entre os isolados quanto à agressividade nas duas cultivares, sendo a cultivar M-SOY 7908 RR a mais suscetível. Os isolados foram altamente sensíveis aos fungicidas boscalid, carbendazim, dimoxystrobina+boscalid, procimidone, fluopyram e fluazinam, somente o isolado SSUB 18 que foi moderamente sensível ao fungicida fluopyram. A maioria dos isolados apresentou insensibilidade ao fungicida tiofanato metílico. A melhor temperatura para o crescimento micelial dos isolados foi 25oC, independentemente do regime de luz. O método de inoculação da ponteira no pecíolo foi eficiente e prático para caracterização de cultivares de soja quanto à reação a S. sclerotiorum. Existe diferença varietal entre as cultivares de soja quanto à resistência ao mofo branco, sendo que as cultivares BRSGO 8460RR, BRSGO Ipameri e P98Y11 foram as mais resistentes, nas condições do presente estudo.

ASSUNTO(S)

mofo-branco variabilidade agressividade sensibilidade à fungicidas e temperatura métodos de inoculação resistência agronomia white mold variability, aggressiveness, sensibility to fungicides and temperatures, inoculation methods, resistance.

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