Características estruturais do dossel forrageiro, valor nutritivo e produção de forragem em pastos de capim-mombaça submetidos a regimes de lotação intermitente. / Canopy structural characteristics, nutritive value and herbage production of mombaça grass pastures submmited to intermitent defoliation regimes.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A produção e o valor nutritivo da forragem em pastagens são função de variações em composição botânica e morfológica do pasto que, por sua vez, são conseqüência do controle e monitoramento da condição e estrutura do dossel forrageiro. Dentro desse contexto, o objetivo deste experimento foi avaliar os efeitos de combinações entre intensidade e intervalo entre pastejos sobre a produção, composição botânica e morfológica e valor nutritivo da forragem ao longo de uma estação de crescimento inteira (janeiro/01 a fevereiro/02) em pastos de capim-Mombaça pastejados por bovinos. Adicionalmente, visou identificar estratégias de manejo do pastejo que permitissem obter alta produtividade e utilização de forragem, mantendo a estrutura do pasto dentro de limites aceitáveis de uso e garantindo, assim, alimento em quantidade e qualidade para os animais. O experimento foi realizado na Universidade Federal de São Carlos, Araras, SP, entre 8 de janeiro de 2001 e 23 de fevereiro de 2002. Os tratamentos corresponderam a combinações entre duas intensidades (30 e 50 cm de resíduo) e dois intervalos de pastejo (pastejo iniciado com 95 e 100 % de interceptação de luz do dossel forrageiro - IL) e foram alocados às unidades experimentais conforme delineamento de blocos completos casualizados, em arranjo fatorial 2 x 2, com 4 repetições. Foram avaliadas as seguintes variáveis-resposta ao longo de todos os ciclos de pastejo: teores de matéria mineral, proteína bruta, fibra insolúvel em detergente neutro e ácido, lignina e digestibilidade in vitro da matéria orgânica. De forma geral, os pastos acumularam forragem de forma contínua durante a rebrotação, sendo a maior produtividade obtida para o tratamento 30/95 (26.910 kg MS.ha -1 ), seguida do 30/100, 50/100 e 50/95 (24.900, 20.280 e 17.910 kg MS.ha -1 , respectivamente). No entanto, a partir de determinada fase de rebrotação o acúmulo foi proveniente de hastes e material morto, componentes que, em altas proporções, são indesejáveis para a alimentação animal e eficiência do pastejo. Pastos com pastejos iniciados com 100% IL do dossel apresentaram maiores proporções de hastes (14,7 x 8,0%) e material morto (9,7 x 6,5%) na forragem em pré-pastejo, o que resultou em redução dos teores de proteína (9,0 x 11,2%) e da digestibilidade (55,0 x 58,1%) comparativamente àqueles de 95% IL do dossel. Adicionalmente, quando períodos de descanso mais longos (100% IL) foram associados com o resíduo de 30 cm, a presença de hastes e material morto impediu que o resíduo planejado fosse mantido ao longo do ano (50,7 cm ao final do inverno). Pastejos mais freqüentes, propiciados pelo pastejo iniciado com 95 % IL do dossel, permitiram também um controle mais efetivo do florescimento das plantas, especialmente quando associados ao resíduo de 30 cm. Conclui-se que o manejo do pastejo em pastos de capim-Mombaça submetidos à lotação intermitente deve ser iniciado com 95 % IL do dossel (90 cm de altura em pré-pastejo) e terminado quando o resíduo atingir 30 cm, sendo o período de descanso função da taxa de acúmulo de massa seca dos pastos.

ASSUNTO(S)

capim mombaça nutritive value. valor nutritivo. monbaça grass forragem dossel forrageiro grazing sward herbege pastejo

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