Características estruturais da matéria orgânica em Organossolos Háplicos. Seropédica: UFRRJ, 2010 / Structural characteristics of organic matter in Histosols. Seropédica: UFRRJ, 2010

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/08/2010

RESUMO

Os Organossolos têm pequena representatividade geográfica no Brasil, entretanto, são utilizados intensamente em modelos de agricultura familiar e têm grande importância ambiental. Porém, a sua drenagem conduz ao processo de subsidência e outras modificações na matéria orgânica do solo (MOS), com implicações nas características dos Organossolos e em sua potencialidade. A natureza das substâncias húmicas (SHs) é determinante nessas alterações nos Organossolos. A caracterização das SHs permite a compreensão dos processos de transformação da MOS nos Organossolos e seu impacto no ambiente. Os objetivos deste trabalho foram: caracterizar Organossolos em vários ambientes e intensidade de uso agrícola e avaliar alterações nas frações humificadas da MO, através de técnicas de análise da composição elementar, espectroscópicas, termodegradativas e de ressonância magnética nuclear (RMN). Foram estudados oito perfis de solos, nos Estados do Rio de Janeiro, Maranhão e Paraná. Foram avaliadas as suas propriedades químicas: carbono orgânico total (COT), pH, soma de bases (SB), H+, Al3+, CTC e V%; e propriedades físicas: densidade do solo (Ds), RM, MM e DMO. Além do fracionamento quantitativo das SHs: ácidos fúlvicos (C-FAF), ácidos húmicos (C-FAH) e humina (C-HUM), e relações C-FAH/C-FAF, C-EA/CHUM (C-EA = C-FAF + C-FAH). Os ácidos húmicos (AH) foram extraídos pelo método da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas (IHSS) e avaliados por distintas técnicas. Os atributos químicos variaram com o efeito das queimadas e da intensidade de uso agrícola; porém, em geral, os Organossolos apresentaram baixa fertilidade natural, a qual, em geral, esteve relacionada à fração ácido húmico (maior razão C-FAH/C-FAF). Dentre as frações da MO, a HUM predominou, com valor médio de 59,98% do carbono total determinado pelo CHN, seguida da FAH. A relação C-FAH/C-FAF diminuiu a medida que o uso agrícola é intensificado. Os dados do ITG (Índice Termogravimétrico) sugeriram forte resistência à termodegradação para a maioria dos horizontes orgânicos. A composição elementar (%C, %H, %N, %O) dos ácidos húmicos apresentou grande amplitude entre os horizontes, porém sem padrão diferenciado entre os Organossolos. O aumento do conteúdo de carbono, os altos valores de ITG e a diminuição do conteúdo de oxigênio nos ácidos húmicos podem explicar a maior resistência a termodecomposição dos AH extraídos dos Organossolos. Foi observada correlação entre a razão H/C e o ITG, onde os menores valores de H/C estiveram relacionados a maior resistência dos AH à termodegradação. As técnicas espectroscópicas e de RMN permitiram caracterizar compostos e grupamentos nos AH, demonstrando o potencial dessas ferramentas nos estudos de SHs provenientes de Organossolos. Os métodos de análise multivariada permitiram uma avaliação conjunta das técnicas utilizadas, mostrando um grupo de amostras lábeis e recalcitrantes nos solos. Os resultados encontrados, em geral, indicam a fragilidade das áreas de Organossolos, em função do manejo para agricultura e do seu ambiente de formação. A sua importância em termos ambientais deveria ser priorizada em relação ao uso agrícola, principalmente pelo papel relevante na preservação de aquíferos.

ASSUNTO(S)

carbono ftir rmn ácidos húmicos termodecomposição ciencia do solo carbon ftir nmr humic acids thermal decomposition

Documentos Relacionados