Características epidemiológicas da malária autóctone no estado do Tocantins, Brasil, 1998 a 2006

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Definição do problema e justificativa: De 1996 a 2006, o Estado do Tocantins (TO) registrou, em média, 0,3% dos casos de malária da Região Amazônica, dos quais, 37% foram autóctones. O risco médio foi um caso por 1.000 hab. Apresenta ainda condições geográficas, climatológicas e ecológicas menos favoráveis à transmissão da malária, em relação a outros Estados Amazônicos. Desta forma, há perspectiva de interrupção da transmissão autóctone no estado. Para tanto, é necessário uma análise epidemiológica da ocorrência dos casos autóctones registrados e seu risco de adoecer nos últimos 9 anos. Objetivo: Descrever as características epidemiológicas dos casos autóctones de malária registrados no TO, de 1998 a 2006. Métodos: Tipo de estudo: Epidemiológico, ecológico e descritivo com base em levantamento de dados disponíveis. Série temporal do número de casos autóctones de malária humana notificados no TO. Fontes de dados: Sistema de Informação sobre Malária (Sismal), Sistema de Vigilância em Malária (Sivep-Malária), Relatórios Técnicos, Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa), Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente do TO (SEPLAN-TO) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: De 1998 a 2006, foram registrados 11.960 casos de malária no TO em 103 municípios. Do total de casos, 6.415 (53,6%) foram autóctones em 90 municípios. Dos casos autóctones, 66% concentraram-se nos municípios de Araguatins (26,2%), Caseara (13,8%), Araguaína (7,6%), Araguacema (6,8%), Ananás (6,7%) e Xambioá (5%). De 2003 a 2006, 12 municípios, 8,6% (N=139) do TO e 24% (N=50) daqueles com autoctonia, registraram 88,9% (N=866) de casos autóctones. Destes, 54,6% concentraram-se em Caseara (26%), Araguacema (21,2%) e Marianópolis do Tocantins (18,1%). Houve redução sustentável do número de casos e dos municípios com autoctonia. O risco de adoecer mostrou redução sustentável e foi muito baixo. As principais características epidemiológicas dos casos autóctones foram: homens (68,5%) de 15 ou mais anos de idade (70,2%), de um a três anos de estudo (33,6%), atividade agropecuária nos últimos 15 dias (42,4%), sintomáticos (99%) e infectados por P.vivax (80%), notificados por busca passiva (70,8%) com tempo entre primeiros sintomas e o diagnóstico/tratamento de mais de 48 horas (variando de 63,6 a 70%) e sazonalidade de março até junho. De 1998 a 2006, as infecções por P.falciparum foram registradas em 67,4% (N=89) dos municípios com autóctonia, com a maior ocorrência em Araguatins, Araguaína, Caseara, Palmas, Xambioá, Ananás, Esperantina e Marianópolis. A proporção de P. falciparum foi 20,2% e aumentou a partir de 2004. Entre 1998 e 2006, aumentou em Araguatins, Guaraí, Itaguatins, Marianópolis e Caseara. De 2003 a 2006, dos municípios com autoctonia, 63,8% realizaram a busca ativa (BA), mas houve queda em 2006 (35,7%). A BA foi ascendente entre os casos autóctones (variando de 24,2% até 33,9%). Conclusão: A malária autóctone humana foi registrada em dois terços dos municípios tocantinenses durante o período de estudo, com tendência descendente e risco muito baixo de adoecer. A maioria dos casos autóctones de malária humana foi registrada nos municípios de Marianópolis, Caseara e Araguacema.

ASSUNTO(S)

controle control epidemiologia autochthonous malaria epidemiology tocantins medicina malária tocantins

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