Características clínicas e epidemiológicas da leishmaniose visceral em crianças internadas em um hospital universitário de referência no norte de Minas Gerais, Brasil
AUTOR(ES)
Xavier-Gomes, Ludmila Mourão, Costa, Wagner Barreto, Prado, Patrícia Fernandes do, Oliveira-Campos, Maryane, Leite, Maisa Tavares de Souza
FONTE
Revista Brasileira de Epidemiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-12
RESUMO
OBJETIVO: Descrever as características clínicas e epidemiológicas e o tratamento das crianças internadas com leishmaniose visceral (LV) em hospital universitário de referência no norte de Minas Gerais, Brasil. MÉTODOS: Estudo retrospectivo e documental de crianças de 0 a 12 anos internadas com diagnóstico de LV no Hospital Universitário Clemente de Faria, Montes Claros, MG. Foram analisados os prontuários referentes ao período de janeiro de 2006 a dezembro de 2007. RESULTADOS: Foram identificadas 51 crianças com LV, sendo 51% do sexo feminino e a faixa etária de maior incidência da doença foi em menores de 5 anos (74,5% dos casos). Verificou-se que 31% dessas crianças residiam em Montes Claros e 69% procediam de 20 municípios do norte de Minas Gerais, dos quais 72,5% eram originárias da zona urbana e 21,6% da zona rural. A principal manifestação clínica foi a febre (96,1%) e os principais achados clínicos na admissão foram esplenomegalia (98%) e hepatomegalia (94%). O tratamento de escolha foi Glucantime (70,6%), Anfotericina B convencional (13,7%), Anfotericina B lipossomal (2%) e Glucantime associado a Anfotericina B (15,7%). 35,4% dos casos desenvolveram processos infecciosos durante o período da internação, destacando-se as infecções de pele em 11,8%. O tempo de permanência hospitalar médio foi de 19 dias (DP = ±5,4), 96,1% receberam alta médica e 3,9% evoluíram para óbito. CONCLUSÕES: A partir das características clínicas e epidemiológicas identificadas no estudo, sugere-se uma observação mais eficaz por parte dos profissionais de saúde, visando ao reconhecimento precoce e tratamento adequado da doença e suas complicações.
ASSUNTO(S)
leishmaniose epidemiologia criança
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