Características clínicas, demográficas e epidemiológicas dos pacientes com hepatite B em seguimento em hospital universitário no sudeste do Brasil: predominância de casos HBeAg negativos

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-02

RESUMO

INTRODUÇÃO: No Brasil, a hepatite B é comum. No entanto, há diferenças regionais no que diz respeito ao grau de endemicidade, as formas de transmissão mais encontradas e a presença dos diferentes estágios evolutivos da doença crônica. O objetivo deste trabalho foi o de conhecer características clínicas, demográficas e epidemiológicas de pacientes cronicamente infectados pelo vírus da hepatite B (HBV), residentes na região de Ribeirão Preto, no sudeste do Brasil. MÉTODOS: Foi realizada a análise retrospectiva de 529 prontuários de indivíduos com monoinfecção pelo HBV. RESULTADOS: Mais de 60% eram masculinos, a média de idade foi de 38 anos. O padrão sorológico HBeAg negativo foi encontrado em 84,4% dos pacientes, entre os quais o risco para transmissão vertical/intrafamiliar foi de 43,2% (p = 0,02). Verificou-se uso de álcool em quantidades maiores que 20g ao dia em 21,3% dos indivíduos, sendo mais frequente entre os homens (33%) (p < 0,001). Entre os pacientes com cirrose, 54,1% faziam uso abusivo de bebidas alcoólicas (p = 0,04), sendo todos estes do gênero masculino. A presença de cirrose foi maior no grupo HBeAg positivo (24,4%) que no grupo HBeAg negativo (10,2%) (p < 0,001). CONCLUSÕES: Observaram-se elevadas proporções de indivíduos com infecção pelo HBV com padrão sorológico HBeAg negativo, entre os quais houve maior risco para a transmissão vertical/intrafamiliar. O uso abusivo de álcool esteve associado a indivíduos do sexo masculino e, neste grupo, à cirrose hepática. Observou-se tendência ao aumento no número de casos HBeAg negativo ao longo do tempo.

ASSUNTO(S)

hepatite b epidemiologia transmissão antígenos e da hepatite b

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