Capacidade de adesão, formação de biofilme e resistência a sanitizantes de cepas de staphylococcus aureus isoladas de serviços de alimentação

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo avaliar a capacidade de adesão, a cinética de separação, a formação de biofilmes de cepas de S. aureus isoladas de diferentes Serviços de Alimentação e Nutrição da cidade de João Pessoa PB, quando cultivadas em caldo substrato base carne e caldo substrato base vegetais, e incubadas em temperaturas de 28C e 7C por um tempo prolongado (2472 h) além de avaliar o efeito da aplicação dos sanitizantes hipoclorito de sódio (250 mg/L) e ácido peracético (30 mg/L) em inativar células bacterianas na matriz do biofilme previamente formado. Nestes experimentos foram utilizadas como superfícies-testes minisuperfícies (3 x 3 cm) de polipropileno e de aço inoxidável AISI 304, visto que tais materiais são amplamente utilizados na composição de superfícies, equipamentos e/ou utensílios utilizados nos variados tipos de serviços de alimentação. Os resultados mostraram uma alta capacidade de adesão das cepas avaliadas em caldo substrato base carne e em caldo substrato base vegetal com contagens superiores a 5 log UFC/cm2, independente do tipo de superfície e a temperatura de incubação. O descolamento das células nas superfícies foi de pelo menos 103 UFC/cm2 durante os 6 primeiros contatos com o ágar para os dois tipos de substrato utilizados, caracterizando uma alta persistência durante um tempo prolongado de incubação (24 a 72h). Não foi encontrada uma clara influência em relação à superfície e a temperatura utilizada na avaliação da capacidade de adesão. Em geral, para os dois tipos de substratos utilizados foi demonstrado um padrão de formação de biofilme semelhante, ao final de 15 dias de incubação, quando as cepas foram submetidas às diferentes combinações de tipos de superfícies e temperaturas de crescimento. O número de células (105 107 UFC/cm2) necessários para a formação do biofilme foi observado em todos os sistemas experimentais já após 3 dias de incubação seguidos de uma redução linear após o 6 dia, com exceção da cepa S28 cultivada em caldo substrato base vegetais, que apresentou valores em torno de 104 UFC/cm2 nas primeiras 24h de incubação. Um intervalo de 2,6 3,7 log UFC/cm2 para as cepas incubadas em caldo substrato base carne e de 2,0 3,3 log UFC/cm2 para as cepas incubadas em caldo substrato base vegetal foi observado na redução das células na matriz do biofilme causado pelo ácido peracético enquanto que pelo hipoclorito de sódio a redução foi da ordem de 2,1 2,7 log UFC/cm2 e de 1,5 2,1 UFC/cm2 para cepas cultivadas em caldos substrato base carne e vegetais, respectivamente. A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que as cepas testadas evidenciam uma elevada capacidade de adesão e formação de biofilme em superfícies de contato de alimentos quando expostas a diferentes meios de cultura e características ambientais. Alem disso, os sanitizantes utilizados, apesar de reduzirem o número de células aderidas às superfícies, demonstraram ineficácia na remoção de células da matriz do biofilme tendo em vista o número de células viáveis encontradas após o processo de aplicação dos sanitizantes.

ASSUNTO(S)

staphylococcus aureus biofilme sanitizantes nutricao staphylococcus aureus biofilm sanitizers

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