Cantiga do despertar : uma leitura benjaminiana sobre a criança na clínica psicanalítica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este estudo objetivou apresentar os postulados freudianos sobre as vicissitudes do processo de subjetivação da criança que tem como palco a metrópole com suas histórias de construção e ruínas. Com essa finalidade, consideramos o pensamento de Walter Benjamin, que aborda o tema da infância na cidade, bem como o brincar, dispositivo clínico psicanalítico e modo com o qual a criança interroga o mundo. Para resgatar a atualidade desses pensamentos, psicanalítico e filosófico, contemplamos as composições de Chico Buarque porque as consideramos como um discurso escrito sobre o ambiente urbano no qual a criança se subjetiva. Como método de análise dessas composições foi utilizado a proposta de estudo de Walter Benjamin, nomeadamente, a análise do conteúdo lingüístico e do conteúdo histórico-social, pois compreendemos que para esse filósofo as fronteiras teóricas estão abertas aos vários campos do saber, dentre os quais destacamos a estética, fonte também privilegiada nas reflexões freudianas. A partir dessas análises, a conclusão é de que tanto os postulados freudianos quanto benjaminianos confrontam e interrogam os conceitos que temos sobre as crianças e que fundamentam a clínica psicanalítica. Por conseguinte, propomos uma clínica na qual a aposta na criança, sujeito advir, comece por (re) conhecê-la não só como alegoria do lugar em que vive, mas também como alegorista capaz de juntar os cacos e os restos da cidade e expô-los na cena lúdica. Palavras-chave: Walter Benjamin, Chico Buarque, psicanálise, alegoria, subjetividade, infância.

ASSUNTO(S)

psicanÁlise infantil - dissertaÇÕes tratamento e prevencao psicologica brincadeiras - dissertaÇÕes subjetividade - dissertaÇÕes

Documentos Relacionados