Campomanesia lineatifolia Ruiz e Pav.: estudo fitoquímico e avaliação da atividade antioxidante

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Campomanesia lineatifolia Ruiz e Pav. pertence à família Myrtaceae Jussieu e é conhecida popularmente no Brasil como gabiroba ou guabirabeira. A espécie é uma árvore frutífera e a sua forma nativa pode ser encontrada no ocidente da Amazônia. As folhas e as cascas do caule de espécies de Campomanesia são usadas popularmente no tratamento da diarréia, úlcera gástrica e como cicatrizante. Foram pesquisados os metabólitos especiais majoritários de Campomanesia lineatifolia e foi avaliada sua potencial atividade antioxidante, in vitro, relacionada aos seus usos tradicionais. O pó das folhas da planta foi submetido à percolação em etanol e o extrato bruto obtido foi pré-purificado por partição líquido-líquido em solventes imiscíveis de polaridades crescentes, que deram origem a quatro frações: Fr. Hex., Fr. CH 2 Cl , Fr. AcOEt e Fr. BuOH. A Fr. AcOEt, que apresentou melhor atividade antioxidante, foi fracionada utilizando-se cromatografia contracorrente de alta velocidade (HSCCC) e CLAE-FR. Esses fracionamentos resultaram no isolamento de três substâncias. Duas delas foram identificadas por técnicas espectroscópicas como catequina e quercitrina. O extrato etanólico bruto e as frações, assim como as substâncias isoladas catequina e quercitrina, foram submetidos a quatro testes de atividade antioxidante in vitro: TEAC (Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox); DPPH (2,2-Difenil-1-picrilhidrazila/Sequestrador de Radicais Livres); Capacidade Antioxidante (Método do Fosfomolibdênio); Poder Redutor (Método do Ferricianeto/Azul da Prússia). O conteúdo de fenóis totais, taninos e flavonóides foi determinado no pó das folhas, no extrato etanólico bruto e nas frações obtidas. C. lineatifolia mostrou-se rica em polifenóis, com grande quantidade de taninos (»18% para o extrato etanólico) e flavonóides (»9% para a Fr. AcOEt). O extrato etanólico apresentou atividade antioxidante em todos os testes realizados e os melhores resultados foram obtidos para as frações Fr. BuOH e Fr. AcOEt. No teste do DPPH, elas apresentaram CE de 10,02±0,05 e 6,83±0,04 µg/mL e no ensaio de TEAC, 1,69±0,10 e 1,36±0,10, respectivamente. Dessa forma, sugere-se que a elevada concentração em fenóis no extrato e frações de C. lineatifolia e a atividade antioxidante estejam intimamente relacionadas às suas utilizações etnofarmacológicas. Palavras-chave: Campomanesia lineatifolia, Myrtaceae, gabiroba, atividade antioxidante in vitro, DPPH, TEAC.

ASSUNTO(S)

antioxidantes teses. matéria médica vegetal teses. plantas medicinais teses. química vegetal teses. farmácia teses.

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