Bupivacaína racêmica, levobupivacaína e ropivacaína em anestesia loco-regional para oftalmologia: um estudo comparativo

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-04

RESUMO

OBJETIVO: A bupivacaína racêmica, utilizada largamente em anestesia peribulbar devido à boa qualidade de bloqueio motor, apresenta menor margem de segurança para cardiotoxicidade em relação a ropivacaína e bupivacaína levógira. O objetivo deste estudo foi comparar o grau de bloqueio motor e alteração da pressão intra-ocular (PIO) em anestesia peribulbar produzida pela bupivacaína racêmica, levobupivacaína e ropivacaína. MÉTODOS: Noventa e sete pacientes, estado físico I e II da classificação da Sociedade Americana de Anestesiologistas, submetidos a anestesia peribulbar, foram divididos em três grupos: grupo A-(n=16) bupivacaína racêmica 0,75% com adrenalina 1:200.000; grupo B -(n=16) bupivacaína levógira 0,75% com adrenalina 1:200.000; grupo C -(n=15) ropivacaína 0,75%. Utilizou-se 7ml da solução anestésica com 280 UI de hialuronidase, em punção única no rebordo orbital inferior. Foram registrados a PIO e grau de bloqueio motor 5 minutos antes da punção e 1, 2, 3, 4, 5 e 10 minutos após a punção. O bloqueio motor foi avaliado pela escala de Nicoll. Para a análise estatística, foram utilizados os testes de Wilcoxon, análise de freqüência simples e t de Student. Foi considerado significativo p<0.05. RESULTADOS: Não houve diferenças significativas entre os grupos quanto ao grau de bloqueio motor. A variação da PIO entre os grupos não apresentou significado clínico. CONCLUSÕES: Considerando-se a idade avançada da maioria dos pacientes e as altas concentrações utilizadas em bloqueio peribulbar, a ropivacaína e a levobupivacaína representam um avanço, pois além de maior segurança em relação à cardiotoxicidade, produzem o mesmo grau de bloqueio motor da bupivacaína racêmica.

ASSUNTO(S)

anestesia oftalmológica técnica anestésica regional peribulbar

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