Bronquiolite obliterante pós-infecciosa: aspectos clínicos, tomográficos e funcionais.: Estudo comparativo entre crianças e adolescentes brasileiros e franceses

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: A bronquiolite obliterante pós-infecciosa (BOPI) é uma doença obstrutiva crônica das pequenas vias aéreas, que ocorre geralmente após um quadro de bronquiolite viral aguda (BVA) ou pneumonia (PNM). Ainda existem poucos estudos a respeito de BOPI na região sudeste do Brasil e na França. Objetivos: Descrever e comparar as principais alterações clínicas, tomográficas e funcionais de um grupo de crianças e adolescentes brasileiros e franceses com BOPI. Métodos: Realizou-se um estudo transversal, envolvendo 33 pacientes com o diagnóstico de BOPI (22 do sexo masculino e 11 do sexo feminino), acompanhados por uma mediana de tempo de seis anos no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, Brasil, e quatro anos no Centre Hospitalier Universitaire Charles Nicolle, em Rouen, França. Alguns dados foram coletados retrospectivamente, mas o diagnóstico foi revisto em 2009, através de exame clínico e laboratorial. As tomografias computadorizadas foram analisadas por um único radiologista para a identificação das alterações mais frequentes. Resultados: Os dois grupos apresentaram características demográficas e clínicas semelhantes. O evento possivelmente desencadeador da lesão pulmonar ocorreu em uma idade mediana de três e cinco meses para crianças brasileiras e francesas, respectivamente. Todas as crianças apresentavam sintomas ou alterações ao exame físico ao final do seguimento, sendo leves em 25 a 30% dos casos. Dentre as alterações tomográficas, uma proporção maior de brasileiros apresentaram perfusão em mosaico (p=0,004), rarefação vascular (p=0,004) e nódulos centrolobulares (p=0,01) em relação aos franceses. O comprometimento da função pulmonar foi mais acentuado nas crianças brasileiras, que apresentaram valores significativamente mais baixos de VEF1, FEF25-75% e VEF1/CVF, na primeira e última espirometrias realizadas. Discussão: Apesar das diferenças étnicas e geográficas o curso clínico da BOPI foi grave nos dois países. Entretanto, o comprometimento tomográfico e funcional foi mais acentuado nas crianças brasileiras. Esta divergência pode ter sido decorrente de diferenças na susceptibilidade genética, na virulência do agente infeccioso, na idade do diagnóstico ou na abordagem terapêutica entre os dois países. Conclusões: São necessários estudos que visem definir critérios clínicos para a realização de TCAR em lactentes jovens, assim como a avaliação de opções terapêuticas e critérios para sua indicação.

ASSUNTO(S)

espirometria decs pediatria teses. adolescente decs análise transversal decs sinais e sintomas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg. bronquiolite obliterante decs dissertações acadêmicas decs criança decs estudo comparativo decs tomografia decs

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