Brasil e Portugal: duas culturas em polêmicas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta dissertação situa-se no âmbito da Historiografia Lingüística e tem por tema o estudo da relação língua, história e nacionalismo lingüístico, a partir da polêmica travada entre Carlos de Laet e Camilo Castelo Branco, no último quartel do século XIX, que marcou um confronto do aspecto espaço-temporal da língua portuguesa, construindo diferentes sentidos para a história do Brasil.Para executar essa tarefa traçaram-se os objetivos de examinar, na polêmica selecionada, a relação língua, história e nacionalismo lingüístico; identificar a construção de sentido de brasilidade para o português do Brasil por meio das determinações histórico- culturais, verificar os processos de codificação gramatical, sob à luz da História do Brasil. A partir do século XIX, o Brasil recebe influências de outros povos, além dos portugueses que apresentam novas perspectivas culturais, que ocasionam mudanças nas condições intelectuais e materiais do país.Nesse período, o Brasil foi tomado por grandes ideais libertários, que impulsionaram a nação para a independência não só política, como econômica e social. Surgiram inúmeras polêmicas em que se debateram questões de nacionalização relativas à língua em uso no Brasil, pois o Brasil recémsaído da independência vivia um momento de paixões nacionalistas. Essa pesquisa se justifica por buscar uma abordagem histórica da Língua Portuguesa, em um período em que grande número de intelectuais desejava a continuidade dos padrões lingüísticos do reino contra um pequeno grupo dos que desejavam uma língua, totalmente desvinculada das normas lusitanas, independente de Portugal. Selecionou-se a polêmica travada entre um jornalista brasileiro e um escritor português, por se entender que retrata as tensões geradas pela independência e iminência da República, desencadeando um nacionalismo lingüístico. A análise da polêmica revela a relação entre as marcas lingüísticas e históricas, o que a torna um documento capaz de desvelar a língua e a história do homem. Dessa forma, permite que se perceba em que medida o português em uso no Brasil se distancia da norma lusitana. Embasou-se teoricamente nos fundamentos da Historiografia Lingüística que permite uma reeleitura e reescritura dos fatos da língua e de sua história , por meio dos princípios: da contextualização, da imanência e da adequação teórica . A análise da polêmica demonstrou que as marcas histórico-lingüísticas presentes nela revelam os conflitos gerados pela independência, o desencadear do nacionalismo lingüístico e que o português em uso no Brasil pouco se distancia da norma vigente em Portugal, apresentando marcas de nacionalismo lingüístico, fruto do entrelaçamento da história do Brasil e de Portugal e das etnias e culturas aqui existentes, no último quartel do século XIX

ASSUNTO(S)

lingua portuguesa -- brasil -- historia linguistic historiographic linguistic nationalism linguistica historica lingua portuguesa portuguese language língua portuguesa polêmica linguistica -- historiografia lingua portuguesa -- portugal -- historia historiografia lingüística polemic nacionalismo lingüístico

Documentos Relacionados