Boa qualidade de vida após mais de uma década de transplante hepático inter-vivos
AUTOR(ES)
NOGUEIRA, Isabel Roldo; COELHO, Julio Cezar Uili; DOMINGOS, Micheli Fortunato; PAROLIN, Mônica Beatriz; MATIAS, Jorge Eduardo Fouto; FREITAS, Alexandre Coutinho Teixeira de; MARTINS, Eduardo Lopes; COSTA, Marco Aurélio Raeder da
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-03
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: Receptores de transplante hepático inter-vivo (THIV) apresentam elevada taxa de complicações biliares e vasculares pós-operatórias que podem reduzir a qualidade de vida (QV) devido à necessidade de tratamentos invasivos e repetitivos. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar os vários aspectos da qualidade de vida dos pacientes submetidos a THIV após 10 anos de transplante e identificar possíveis fatores que possam estar associados à diminuição da QV. MÉTODOS: Os dados de todos os pacientes com mais de 10 anos de THIV foram avaliados retrospectivamente. Os pacientes foram entrevistados por meio de um questionário de qualidade de vida (SF-36). RESULTADOS: Do total de 440 transplantes hepáticos realizados em 17 anos (setembro de 1991 a dezembro de 2008), 78 pacientes foram submetidos a THIV, dos quais 27 estavam vivos e 25 responderam completamente ao questionário. Destes, 17 (68%) homens e 8 (32%) mulheres, com idade média de 38,6±18,5 anos no momento do transplante e tempo médio de acompanhamento de 15,1±1,9 anos. O MELD médio foi de 16,4±4,9 e a principal indicação para o transplante hepático foi cirrose hepática causada pelo vírus da hepatite B, 32%. Quando comparado com a população geral, os pacientes submetidos a THIV apresentaram menor escore de saúde mental (66,4 vs 74,5; P=0,0093) e escores mais altos de vitalidade (87,8 vs 71,9; P<0,001), aspectos funcionais (94,6 vs 75,5; P=0,002), aspectos sociais (93 vs 83,9; P=0,005), aspectos físicos (92 vs 77,5; P=0,006), e aspectos emocionais (97,33 vs 81,7; P<0,001). Os escores do estado geral de saúde (73,28 vs 70,2; P=0,074) e de dor (78,72 vs 76,7; P=0,672) eram similares nos dois grupos. CONCLUSÃO: Conclui-se que os vários aspectos da QV dos receptores de transplante hepático inter-vivo são semelhantes aos da população geral mais de uma década após o transplante, exceto o domínio da saúde mental que é menor.
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