Blefarite: epidemiologia, etiologia, apresentações clínicas, tratamento e evolução de nossos pacientes

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras.oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/11/2019

RESUMO

Resumo Objetivo: A blefarite é uma das condições mais comumente encontradas na prática oftalmológica e se constitui em uma causa frequente de irritação e desconforto ocular. Por ser uma doença de difícil tratamento, os autores buscaram compreender melhor a epidemiologia, etiologia, apresentações clínicas, tratamento e evolução de seus pacientes, visando maior sucesso terapêutico. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente e transversalmente o prontuário de 124 pacientes do Centro de Oftalmologia Tadeu Cvintal, os quais apresentavam blefarite e foram submetidos à classificação de gravidade e coleta de secreções palpebrais para cultura bacteriana e antibiograma. Resultados: A media da idade dos pacientes foi de 67,4 anos, o sexo feminino foi responsável por 70 (56,4%) casos e o masculino por 54 (43,5%). Quanto à gravidade da doença, constatou-se 71 casos de blefarite leve (56,8%), 52 (41,6%) com intensidade moderada e 2 (1,6%) casos graves. Avaliando o seguimento do tratamento da doença, foi observado que 103 (82,4%) pacientes não retornaram para avaliar o resultado do tratamento e apenas 22 (17,6%) retornaram. Em relação às culturas realizadas, 82 (66,1%) não apresentaram crescimento microbiano. Dentre as 42 (33,8%) amostras positivas, os Staphylococcus coagulase negativo foram os mais prevalentes, sobretudo os Staphylococcus epidermidis, responsável por 35 (83,3%) delas. Quanto à sensibilidade aos antibióticos, os agentes de nossa amostra demonstraram maior resistência à Penicilina, Eritromicina e Ciprofloxacino e 100% de sensibilidade à Linezolida, Vancomicina e Daptomicina. Conclusão: Conhecendo melhor as características epidemiológicas da blefarite e a sensibilidade antimicrobiana das bactérias envolvidas, é possível oferecer tratamentos mais eficazes.Abstract Objective: Blepharitis is one of the most commonly encountered conditions in ophthalmic practice and is a frequent cause of eye irritation and discomfort. Being a difficult to treat disease, the authors sought to better understand the epidemiology, etiology, clinical presentations, treatment and evolution of their patients, aiming at greater therapeutic success. Methods: The medical records of 124 patients of Centro de Oftalmologia Tadeu Cvintal who had blepharitis were retrospectively and cross-sectionally evaluated and underwent severity classification and collection of eyelid secretions for bacterial culture and antibiogram. Results: The mean age of the patients was 67.4 years, females accounted for 70 (56.4%) cases and males for 54 (43.5%). Regarding the severity of the disease, there were 71 cases of mild blepharitis (56.8%), 52 (41.6%) with moderate intensity and 2 (1.6%) severe cases. Evaluating the follow-up of treatment of the disease, it was observed that 103 (82.4%) patients did not return to evaluate the treatment outcome and only 22 (17.6%) returned. In respect of the cultures performed, 82 (66.1%) did not show microbial growth. Among the 42 (33.8%) positive samples, coagulase-negative staphylococci were the most prevalent, especially Staphylococcus epidermidis, responsible for 35 (83.3%) of them. As for antibiotic sensitivity, the agents in our sample showed greater resistance to Penicillin, Erythromycin and Ciprofloxacin and 100% sensitivity to Linezolid, Vancomycin and Daptomycin. Conclusion: By better understanding the epidemiological characteristics of blepharitis and the antimicrobial sensitivity of the bacteria involved, it is possible to offer more effective treatments.

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