Biologia reprodutiva de Ferdinandusa speciosa Pohl (Rubiaceae), uma espécie protândrica do sudeste brasileiro
AUTOR(ES)
CASTRO, CIBELE CARDOSO DE, OLIVEIRA, PAULO EUGÊNIO ALVES MACEDO DE
FONTE
Brazilian Journal of Botany
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-06
RESUMO
O estudo da biologia floral e sistema de reprodução de Ferdinandusa speciosa Pohl (Rubiaceae) foi realizado durante os meses de março a setembro de 1996 em Uberlândia, MG, Brasil central. Esta espécie é uma arvoreta que ocorre em margens alagadas de matas de galeria. As populações estudadas floresceram de março a julho, apresentando pulsos de emissão de inflorescências que conferiram uma certa assincronia de floração tanto individual quanto populacional. As flores possuem corola vermelha, tubular, levemente curvada, medindo cerca de 4,7 cm de comprimento e duram dois dias. São protândricas, e a oferta de pólen precede em um dia a receptividade estigmática. Tanto o início da antese quanto a abertura dos lábios estigmáticos ocorrem no crepúsculo. O néctar está disponível nas fases masculina e feminina, apresentando maior concentração de açúcares na fase masculina. As flores são polinizadas por duas espécies de beija-flor, Chlorostilbon aureoventris e Phaethornis pretrei. Ferdinandusa speciosa é uma espécie autocompatível, não apomítica e com baixa produção de frutos em condições naturais. Não houve diferença significativa entre a produção de frutos formados por autopolinização e polinização cruzada, nem na taxa de crescimento de tubos polínicos provenientes destes dois tipos de cruzamento. As sementes formadas por polinização cruzada são maiores, com massa e taxa de germinação maiores do que as formadas por autopolinização, indicando que, embora a espécie seja autocompatível, a polinização cruzada é vantajosa.
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